
O secretário-executivo do Ministério da Previdência Social, Adroaldo Portal, teve sua prisão preventiva decretada e é alvo da nova fase da Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta quinta-feira (18). Ele é acusado de envolvimento em um esquema nacional de descontos não autorizados em aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Diante da gravidade das acusações, o ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, determinou a exoneração imediata de Portal. O procurador-federal Felipe Cavalcante e Silva, atual consultor jurídico da pasta, foi designado para assumir o cargo.
Reação do ministério e investigações
Em declaração oficial, o ministro Wolney Queiroz afirmou que o governo dará ampla liberdade aos órgãos de controle para recuperar os recursos desviados. “Este governo não protege ninguém e a prova disso é que há uma ampla liberdade para investigar todas as esferas, para que a gente possa encontrar os responsáveis pelas fraudes e trazer de volta cada centavo”, afirmou.
O ministro ressaltou que não houve busca e apreensão nas dependências do ministério e que a gestão não possuía informações que levantassem suspeitas sobre a conduta técnica de Adroaldo Portal até a operação de hoje.
Alcance da operação e desdobramentos políticos
Autorizada pelo ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), a operação da PF cumpre 52 mandados de busca e apreensão, 16 mandados de prisão preventiva e outras medidas cautelares em sete estados (SP, PB, RN, PE, MG, MA) e no Distrito Federal.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Entre os alvos de busca e apreensão está a residência do senador Weverton Rocha (PDT-MA). Em nota, o parlamentar expressou surpresa com a ação e afirmou estar à disposição para esclarecimentos assim que tiver acesso integral à decisão.
A repercussão chegou ao Congresso Nacional, onde o deputado Duarte Jr (PSB-MA), vice-presidente da CPMI que apura os descontos indevidos, anunciou que convocará o senador para prestar depoimento. “Nosso papel é ouvir todos que precisam prestar esclarecimentos sobre os fatos, sem exceções”, declarou o parlamentar.
O esquema
Segundo a Polícia Federal, a nova fase da Operação Sem Desconto busca aprofundar as investigações sobre crimes de inserção de dados falsos em sistemas oficiais, organização criminosa, estelionato previdenciário e ocultação de patrimônio. O foco central é desarticular a estrutura que permitia a retirada de valores diretamente dos proventos de aposentados sem consentimento.