Política

Procuradorias alertavam sobre crise de saúde na Terra Yanomami desde 2021

Documento assinado pelos procuradores da República Alisson Marugal, de Roraima, e Fernando Merloto Soave, do Amazonas, traz uma série de indicadores que mostram problemas graves no território indígena

Procuradorias alertavam sobre crise de saúde na Terra Yanomami desde 2021 Procuradorias alertavam sobre crise de saúde na Terra Yanomami desde 2021 Procuradorias alertavam sobre crise de saúde na Terra Yanomami desde 2021 Procuradorias alertavam sobre crise de saúde na Terra Yanomami desde 2021

O Ministério Público Federal (MPF) alertava para a crise de saúde no território Yanomami pelo menos desde 2021. Em recomendação de novembro daquele ano, o órgão já cobrava ações do Ministério da Saúde para melhoria no atendimento à população indígena e solicitava a reformulação do plano de trabalho que vinha sendo adotado até então. Como causas para o pedido, destacou a piora nos quadros de desnutrição, mortalidade infantil e malária.

Assinado pelos procuradores da República Alisson Marugal (Roraima) e Fernando Merloto Soave (Amazonas), o documento traz uma série de indicadores. Em 2021, destaca, a taxa de mortalidade infantil atingiu o maior nível em mais de década e cerca da metade das crianças de até cinco anos tinha quadro de desnutrição.

A Terra Indígena Yanomami é a maior do País, com área de 9,6 milhões de hectares (equivalente à de Portugal). Nela, vivem 30,4 mil indígenas das etnias Yanomami – considerados de recente contato – e Ye’kwana, de cinco troncos linguísticos. O atendimento básico é feito pelo Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami por meio de 37 Polos Bases, 78 unidades básicas de saúde e uma Casa de Saúde Indígena.

O documento do MPF aponta ainda queda de médicos para o DSEI. Em 2019, eram 21, total que caiu para 20 em 2020. Já em 2021, eram somente 16 (o ideal são 23). Após a cobrança do MPF, a pasta chegou a aumentar esse efetivo. 

Anteontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que uma das prioridades era ampliar a capacidade da pista de pouso local, para facilitar o transporte de equipes. O ministério disse que estuda acelerar edital do Programa Mais Médicos para recrutar formados no País ou no exterior para atuar em distritos indígenas.

O Estadão tentou contato com Marcelo Queiroga, ex-ministro da Saúde, mas não obteve retorno sobre os problemas citados. Flávio Dino, ministro da Justiça, determinou que haja um inquérito para apurar genocídio na área indígena.

Fonte: Estadão Conteúdo

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