Política

O que o ex-senador Telmário Mota vai fazer após o fim do mandato

Mota responde se vai continuar na política. Mandato de oito anos foi marcado por duas licenças e polêmicas

Telmário Mota (Pros) encerrou o mandato de senador da República por Roraima. Em rede social, ele revelou como foi o último dia no Senado, se despedindo de seus assessores e do gabinete parlamentar.

Em mensagem à Folha, Mota revelou que, de agora em diante, vai cuidar de sua propriedade rural com área de 1,2 mil hectares (o equivalente a 1,2 mil campos de futebol) e está avaliando o que poderá plantar no terreno, mas já adiantou que uma das plantações será de soja.

“Passei seis anos como vereador só fazendo políticas públicas coletivas. Depois, oito anos como senador, foi a mesma coisa e, com isso, abandonei a minha vida privada. Agora vou cuidar dela. Mais tarde vou ver se devo ou voltar pra política”, explicou.

A vida no Senado

No último vídeo publicado no Instagram, Telmário Mota defende ter contribuído para o desenvolvimento socioeconômico de Roraima e ter ajudado o Estado a derrubar gargalos, com a criação do Parque Nacional do Lavrado, a febre aftosa e a questão energética. Ele ainda destacou ter colaborado para o crescimento da exportação acima da média nacional e para a atração de investidores.

Além disso, Mota se vangloria por ter alocado recursos para todos os setores do governo estadual, nas 15 prefeituras e nas superintendências regionais de órgãos federais, como o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) e os distritos sanitários especiais indígenas.

“Muito obrigado, Roraima. Cumpri a minha obrigação, cheguei com as mãos limpas, com honestidade e assim saí daqui. Feliz que vocês decidiram a minha ida ao Senado e a minha retirada”, finalizou.

Trajetória no Senado

Durante o mandato, Telmário Mota pertenceu a três partidos (PDT, PTB e Pros) e se licenciou duas vezes, pelo mesmo prazo de 180 dias – em uma, para dar lugar ao primeiro suplente Thieres Pinto, e em outra, para o segundo suplente Rudson Leite. Além disso, se opôs ao então senador Romero Jucá.

Mota esteve em comissões como a de: Assuntos Econômicos; de Constituição e Justiça e Cidadania; de Direitos Humanos e Legislação Participativa; de Ética e Decoro Parlamentar; de Desenvolvimento Regional e Turismo; de Serviços de Infraestrutura; e de Meio Ambiente.

O então senador também participou de frentes parlamentares e de comissões especiais, como a do impeachment da presidente Dilma Rousseff, em 2016 – ocasião em que se notabilizou por mudar a posição sobre o impedimento: depois de votar duas vezes contra, votou a favor na última votação, no Senado. No ano seguinte, foi expulso do PDT por votar a favor da PEC do Teto dos Gastos Públicos, proposta pelo Governo Temer.

O político ainda integrou missões do Senado no exterior em países como China, Uruguai e na Venezuela, onde se encontrou com o ditador Nicolás Maduro para pedir a reabertura da fronteira com o Brasil, no início de 2019. No final de seu mandato, propôs a Lei Marília Mendonça, que seguiu para análise do Senado. O projeto torna obrigatória a sinalização das torres que sustentam linhas de transmissão de energia elétrica nas proximidades de pistas de pouso e decolagem do País. Em 2022, Telmário Mota não se reelegeu: ficou oficialmente em terceiro lugar com 19.609 votos.