Política

Nível de escolaridade não evolui

Diferente do eleitorado de RR, que aumentou o grau de instrução das últimas eleições de 2010 para este ano, os candidatos apresentam o mesmo nível de preparo de antes

A mudança nas eleições de 2010 para 2014 é registrada somente mesmo no perfil do eleitorado de Roraima, que elevou o grau de instrução de quatro anos para cá, dando um salto de qualidade do Ensino Fundamental incompleto para ter na maioria, o Ensino Médio completo.
O mesmo salto de qualidade, em se tratando de grau de instrução não foi registrado entre os candidatos deste ano, que apresentam o mesmo nível de preparo daqueles que se candidataram há quatro anos.
A maioria dos candidatos desse ano, assim como em 2010, tem apenas o Ensino Médio completo, seguida dos que têm Ensino Superior completo. Mesmo cenário apresentado nas últimas eleições gerais.
Ao todo, hoje, dos 495 candidatos aptos a serem votados em Roraima, conforme dos dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), 194 têm o Ensino Médio completo, ou seja, 39% dos candidatos, seguido daqueles que têm o Ensino Superior completo, ao todo 172, que representam 34% dos candidatos. Em 2010 essa proporção era de 35% para o Ensino Médio e 33% para o Ensino Superior. Quase os mesmo percentuais de hoje.
E assim como em 2010, também este ano, a maioria dos candidatos registrados para as eleições não tem profissão ou ocupação definida. Ou seja, registrou apenas a opção “Outros” nos dados solicitados pela Justiça Eleitoral.
Ao todo, 108 candidatos assinalaram a opção “Outros” como profissão, ou seja, 21% dos aptos a serem votados. A segunda maior parcela é de empresários, ao todo 53, o que representa 10% dos candidatos, seguidos da ocupação deputado, depois agente administrativo, servidor público estadual e servidor público federal.
Em 2010 esse percentual de profissão ou ocupação indefinida era de 17%, seguido também de empresários, deputados, servidores estaduais, comerciantes e servidores federais.
Mas uma mudança foi registrada. Os candidatos são mais jovens esse ano que no ano de 2010, quando a faixa etária da maioria era de 45 a 59 anos. Já este ano, a maioria dos candidatos tem entre 40 e 44 anos. Um dado curioso, já quem em tese, os mais novos, tiveram um acesso mais facilitado ao ensino formal nas escolas.
Cenário partidário em Roraima é bem diferente da maioria do país
Conforme o banco de dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) o Brasil é divido em termos de partido pelos considerados de Direita e Esquerda, sendo que a maioria dos candidatos das eleições deste ano é filiada ao partido de situação, o da presidente da República, Dilma Roussef, o PT (Partido dos Trabalhadores) com 1.257 aspirantes a um cargo eleitoral.
O partido com o segundo maior número de candidatos no país é o também partido de situação, aliado de Dilma, o PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro com 1.148 concorrentes. Colado do PMDB está o Psol (Partido Socialismo e Liberdade), com praticamente a mesma quantidade de candidatos, 1.147. Depois vem o PSB (Partido Socialista Brasileiro) da candidata a Presidência da República Marina Silva, e o PSDB (Partido Social Democracia Brasileira), do também candidato a Presidência, Aécio Neves.
Mas em Roraima, o cenário partidário é bem diferente e há alguns anos as consideradas grandes siglas não dominam o estado, que em 2010 tinha a maioria dos candidatos concentrada entre o PSL, PP, PHS, PRP e PRTB e hoje a maior parte dos candidatos está dividida entre PRP, PRTB, PPS, PDT e PT do B. Ou seja, nenhum dos partidos que lideram em número de concorrentes é de qualquer candidato a um cargo majoritário no Estado, que tem como pretendentes ao Governo Ângela Portela (PT), Chico Rodrigues (PSB), Hamilton Castro (Psol) e agora Suely Campos, do mesmo partido do marido, candidato até semana passada, Neudo Campos (PP).
Mas o professor da UFRR (Universidade Federal de Roraima), o cientista político, Cleber Batalha, acredita que há muito tempo as siglas partidárias perderam o sentido de, baseadas em uma ideologia, defender a uma parcela, ou a algumas parcelas da sociedade, de maneira organizada e com projetos políticos, por meio da democracia. Para ele, os partidos políticos, não só em Roraima, mas em todo o Brasil, servem apenas para acomodações com fins eleitoreiros e não para defender projetos políticos para os quais foram criados.
“Não creio que esta questão de partidos possa ter um peso nas relações aqui em Roraima ou até no Brasil. Muitas destas siglas não passam de siglas. E até as mais tradicionais, hoje com raras exceções de pequenos partidos de esquerda, transformaram em puras siglas. Cheguei a ir a uma reunião de um candidato a deputado estadual, que na última eleição era do PMDB e o senador presente do PSDB. Hoje o candidato é do PSDB e o senador do PMDB. Como sempre em nosso país as leis não são respeitadas. Assim a fidelidade partidária só serve para punir os menos precavidos. Logo após as eleições haverá o acomodamento de siglas”, comentou.