Política

Neudo renuncia e Suely Campos é indicada para cabeça de chapa

O grupo do então candidato concedeu entrevista coletiva à Imprensa e, em seguida a renúncia foi formalizada junto ao TRE

A renúncia da candidatura ao Governo do Estado, de Neudo Campos (PP), da Coligação Roraima Livre, foi oficializada no final da manhã desta sexta-feira, dia 13, quando o advogado do político protocolou junto ao TRE-RR (Tribunal Regional Eleitoral de Roraima) o termo com a retirada do nome dele deste pleito. Cerca de uma hora antes, Neudo concedeu entrevista coletiva à Imprensa, onde confirmou Suely Campos (PP), como substituta, conforme a Folha há havia anunciado.
Ele admitiu que a indicação já não era surpresa e brincou, dizendo não saber guardar segredos. “Não sou bom em guardar segredos, saio logo comentando. Falei muitas vezes, confidencialmente, lá em Iracema, Mucajaí e Caracaraí”, disse.
Segundo Neudo, não havia mais como esperar por uma decisão da Justiça Eleitoral, que analisa o recurso contra a impugnação do registro de candidatura dele na Corte Regional. “Não vou ficar esperando. Não vou ficar com a espada na minha cabeça, porque não é sob minha cabeça, mas dos eleitores que acreditam em mim, que votam em mim, que vota 11”, declarou.
Ele voltou a justificar os motivos pelos quais decidiu pela indicação de Suely e disse que todos os compromissos assumidos pelo grupo desde o início da campanha eleitoral serão mantidos, mesmo com a mudança na cabeça da chapa. “O nome da Suely como candidata é porque com ela, Neudo vai continuar a governar. Se quando eu fui governador, a Suely me ajudou a governar, a Suely eleita governadora eu vou ajudá-la. Vamos governar juntos. Vamos trabalhar juntos”, frisou.
Também disse que não poderia se aliar com nenhum dos outros três candidatos, porque, segundo ele, não confia plenamente neles. “Não posso me aliar com quem não confio. Já tive experiência de passar o governo a pessoas que iriam corresponder e foi uma absoluta decepção. Do outro lado, tem adversários que passei toda minha campanha pregando contra esses que estão encastelados no poder, o fizeram ou deixaram de fazer. Não tem espaço para mim. A Suely é minha melhor escolha, não só porque é minha esposa e eu confio nela, mas porque vai me permitir governar com ela, tem experiência como secretária do Trabalho e Bem Estar Social, deputada federal, vice-prefeita”, argumentou.
Neudo negou que essa substituição, a três semanas do pleito, tenha sido planejada, e afirmou que aconteceu por “imposição”. “Chegamos até aqui e a candidatura não foi mais possível. Foi retirada pelo TRE quando muitos dos que estavam no mesmo processo comigo foram aprovados. Estranhamente quem estava do lado do senador Jucá teve sua candidatura aprovada, autorizada pelo TRE e eu não”, comentou.
Sobre o porquê não esperar até o prazo final para a substituição de candidaturas – dia 15, conforme o Calendário Eleitoral, ele resumiu: “não quero confusão”. “Não queremos enganar, não queremos alguma coisa que não seja a verdade, clara e muito evidente. Isso que propicia esse momento. Dizer a toda Imprensa que nós queremos, o jogo é esse: a Suely é a candidata ao Governo e aqueles meus eleitores podem ficar absolutamente tranquilos que vou estar permanentemente ao lado dela para governar o nosso estado”, garantiu.
OUTRO LADO – A Folha procurou o senador Romero Jucá (PMDB) citado por Neudo durante a entrevista, mas a assessoria de comunicação do parlamentar informou que ele estaria no Interior do Estado, onde não seria possível contato via telefone. Também os candidatos Ângela Portela (PT) e Chico Rodrigues (PSB) foram procurados pela equipe de Reportagem, para comentar as declarações de Neudo e o novo cenário político com a renúncia. Ângela informou que, em 2010, oito anos após Neudo deixar o Governo, ambos estiveram aliados. “Votamos um no outro e eu fui eleita senadora com o apoio dele. Este ano, quase estivemos juntos novamente e ele nunca falou nada sobre essa suposta traição. Não sei a que Neudo está se referindo”. A assessoria de Chico Rodrigues informou apenas que ele estaria em comunidades indígenas na região de Uiramutã.