Política

MPF pede indenização por desvio de recurso da Funai

Agentes públicos e empresários criaram esquema de fraudes para compra de combustíveis, alimentos e ferramentas

MPF pede indenização por desvio de recurso da Funai MPF pede indenização por desvio de recurso da Funai MPF pede indenização por desvio de recurso da Funai MPF pede indenização por desvio de recurso da Funai

O Ministério Público Federal (MPF/RR) ingressou com ação civil pública (ACP) por ato de improbidade administrativa, com medida cautelar, contra 11 pessoas e três empresas beneficiadas por desvio de recursos da Fundação Nacional do Índio (Funai/RR).

Conforme as investigações, iniciadas após relatório da Controladoria-Geral da União (CGU), os desvios foram cometidos entre 2013 e 2014, durante a construção e operação das Bases de Proteção Etnoambiental Yanomami (Bapes). Os ilícitos ocorreram mediante a expedição de requisições de materiais fraudulentas e autorizações inadequadas, culminando em pagamentos por bens inexistentes ou excessivos, causando dano aos cofres públicos estipulado em mais de R$ 278 mil.

Dentre as irregularidades, destaca-se algumas operações com uma empresa de Postos de combustíveis. Foram requisitados mais de 28 mil litros de gasolina e óleo diesel em excesso, liberados por meio de requisições fraudulentas, com a participação e aval de seis servidores públicos da Funai. O combustível supostamente seriam utilizados em cinco eventos das Bapes.

A investigação apontou ainda outras fraudes referentes à construção do Centro de Convivências do Baixo Mucajaí, inaugurado em novembro de 2013, já que após o início das atividades, houve pedidos para a liberação de mais de cinco toneladas de alimentos e quase 2,5 mil em ferramentas. Os itens foram requisitados às empresas Medisul Comércio e Representações LTDA e Powerrcomp Comércio e Serviços LTDA ME. Também não foram comprovados a utilização de R$ 75 mil, supostamente utilizados em atividades de apoio à construção do Centro.

Pedido de multa e danos morais coletivos – O Ministério Público Federal pediu à Justiça o pagamento de multa civil calculada em cerca de R$ 1,3 milhão.

Na ACP, o órgão argumenta também que os atos de improbidade, além de causar prejuízo aos cofres públicos, inviabilizaram a implementação de uma política federal de repressão a crimes ambientais na maior terra indígena do País, permitindo o reconhecimento da existência do dano moral coletivo. Para reparar o dano, o MPF/RR pediu ressarcimento de mais de R$ 1,7 milhão.

“A instalação deficiente das Bapes trouxe severos prejuízos de ordem ambiental e etnocultural que prosseguem até os dias de hoje, expondo os índios Yanomami à degradação de seus recursos naturais e ao contato violento e epidemiologicamente perigoso com os garimpeiros”, destaca trecho da ação.

O montante em indenizações para garantir a reparação ao erário, o pagamento da multa civil e dos danos morais coletivos é estimado em mais de R$ 3,4 milhões.

O MPF pede ainda, que os réus sejam condenados sob as sanções previstas no artigo 12 da Lei de improbidade Administrativa (8.429/92), que inclui perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos e proibição de contratar com o Poder Público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais.

Compartilhe via WhatsApp.
Compartilhe via Facebook.
Compartilhe via Threads.
Compartilhe via Telegram.
Compartilhe via Linkedin.