
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou que irá ao velório do ex-presidente uruguaio José “Pepe” Mujica, que faleceu nesta terça-feira (13), aos 89 anos.
Em visita oficial à China, Lula concedeu uma entrevista coletiva a jornalistas brasileiros, chineses e de outras nacionalidades, na qual manifestou sua intenção de prestar as últimas homenagens ao amigo e referência política.
“Assim que chegar a Brasília, pretendo ir ao enterro do Pepe Mujica. O mínimo que podemos fazer é nos despedir de quem foi um exemplo de dignidade e respeito para todos nós”, declarou o presidente.
Após a entrevista em Pequim, Lula e sua comitiva embarcaram de volta ao Brasil. A chegada está prevista para a noite desta quarta-feira (14). O velório de Mujica será realizado a partir de amanhã, no Palácio Legislativo, em Montevidéu.
Mais cedo, Lula já havia divulgado uma nota oficial lamentando a morte de Mujica e exaltando seu legado político e social. Na coletiva, ele reforçou a homenagem, lembrando os 12 anos em que Mujica esteve preso durante a ditadura uruguaia.
“Pepe Mujica não foi apenas um militante de esquerda, senador, deputado ou presidente. Ele foi uma figura essencial para a democracia, para os setores progressistas e para a esquerda. Se ele não tivesse existido, o mundo precisaria de outro Mujica para nos inspirar com seu exemplo de humanidade, dignidade, solidariedade e coragem”, afirmou Lula.
O último encontro entre os dois líderes aconteceu no fim de 2024, na chácara de Mujica, nos arredores de Montevidéu. Na ocasião, Lula condecorou o ex-presidente uruguaio com a Ordem do Cruzeiro do Sul, a mais alta honraria brasileira destinada a estrangeiros.
“Naquela visita, ele me disse com serenidade: ‘Lula, eu estou indo embora’. Aquela tranquilidade era o mesmo jeito com que ele governava o Uruguai”, relatou o presidente.
Lula ainda destacou o caráter singular de Mujica: “É difícil encontrar duas ou três pessoas no mundo com a dignidade e o caráter dele”.
Em razão do falecimento de Mujica, o presidente em exercício, Geraldo Alckmin, decretou luto oficial de três dias no Brasil.