A Justiça de Roraima determinou prisão domiciliar para o ex-deputado Jalser Renier após a troca de cadeiradas com o deputado Jorge Everton (União Brasil) em uma pizzaria, e de xingamentos ao presidente da Casa, Soldado Sampaio (Republicanos), em live realizada após a confusão. Ele não poderá sair de casa das 22h às 6h, nem mesmo nos dias de folga.
A Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc) confirmou que cumpriu a determinação judicial no início da noite de quinta-feira (10), com a instalação de uma tornozeleira eletrônica no ex-parlamentar.
Renier também está proibido de manter qualquer tipo de contato, inclusive por redes sociais, ou de se referir às vítimas e testemunhas do processo que apura o sequestro e a tortura do jornalista Romano dos Anjos, ação em que ele é acusado de ser o mandante do crime.
O ex-presidente da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) ainda não poderá chegar 300 metros perto das vítimas e testemunhas de acusação, nem mesmo entrar e/ou permanecer em locais onde essas pessoas estejam. A Justiça ainda mandou o ex-deputado comparecer a todos os atos processuais e o proibiu de mudar de endereço sem comunicá-la.
As ordens foram uma resposta ao pedido da ALE-RR, que logo após a confusão entre Jalser Renier e Jorge Everton, solicitou uma série de medidas para garantir o livre exercício do mandato parlamentar, incluindo a prisão do ex-presidente e a proibição da entrada dele na sede e nos demais prédios do Legislativo.
A chefia do Poder Legislativo também pediu a proibição de Renier de se aproximar, por qualquer meio, com Everton e demais testemunhas envolvidas no Caso Romano, e novas medidas cautelares. Naquela ocasião, o ex-presidente da Casa chamou as medidas de irresponsáveis.
A Folha ainda não conseguiu falar com o ex-deputado. Caso ele se manifeste, a reportagem será atualizada.
Jalser Renier já foi aliado de Soldado Sampaio e Jorge Everton, mas isso mudou em virtude do processo que levou a cassação do ex-presidente da ALE-RR em fevereiro de 2022.
Renier, que era deputado estadual há 27 anos, perdeu o mandato em virtude da acusação de ter praticado omissão, ameaça a autoridades e obstrução de investigações do Caso Romano. Ele nega e pede solução definitiva para o processo, no qual é réu na Justiça.
