No Congresso Nacional, parlamentares se dividiram na defesa e no ataque ao trabalho da Procuradoria Geral da República no caso da delação da J&F. A ação no Congresso é coordenada.
Líderes governistas e parlamentares investigados na Lava Jato engrossam as críticas ao procurador Rodrigo Janot. Romero Jucá (PMDB-RR), que responde a 14 inquéritos no Supremo Tribunal Federal e que já tentou esvaziar a operação outras vezes, puxa o movimento.
“Acho que o Congresso tem que partir para essa investigação é verificar que tipo de armação foi feita contra o Congresso, contra a classe política, contra a economia brasileira”, diz o líder do governo no Senado.
O deputado Carlos Marun (PMDB-MS), um dos maiores defensores do presidente Michel Temer, também critica a Procuradoria.
“É o momento da Procuradoria olhar para dentro, verificar, apresentar propostas definitivas à nação em relação ao esse processo e daí sim, a partir disso, passar a verificar e avaliar as denúncias que deve ou não deve fazer”, afirma Marun.
Parlamentares favoráveis à Lava Jato defendem o trabalho dos últimos três anos feito pelo Ministério Público e afirmam que as investigações comprovaram muito do que se revelou nas delações. O deputado Miro Teixeira (Rede-RJ) cumprimentou Rodrigo Janot pela atitude de expor as novas conversas de Joesley Batista e Ricardo Saud.
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“O rompimento, não foi do Ministério Público, não foi do judiciário. O rompimento foi do colaborador. Isto está notório. E cumprimentar o procurador Rodrigo Janot, que começa agora a sofrer o tiroteio por parte de réus. Da parte de réus, da parte de culpados, da parte de investigados, ele vai levar muito tiro. Mas é preciso que receba também uma de estímulo, porque ele expôs toda a carga da Procuradoria da República nesse processo de transparência. Ele abriu tudo. Ele revelou tudo. Ele revelou a alma. Ele se revelou. Isso merece todos os aplausos”, avalia Teixeira.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) destacou a importância das investigações feitas pelo Ministério Público.
“São as investigações que desbarataram o maior sistema de corrupção do Brasil, que atinge partidos de esquerda, de direita e todo o sistema político. Não pode se desacreditar nas investigações, pois corre o risco de, nesse momento, tirar a última esperança que se tem no Brasil”, diz o líder do partido.
Em um ponto, deputados e senadores dos diversos partidos concordam: os novos áudios exigem uma imediata revisão dos benefícios concedidos a Joesley Batista e Ricardo Saud. Os parlamentares também cobram uma rápida investigação sobre o ex-procurador Marcelo Miller.
Fonte: JN
