Política

Grupo deve finalizar estudo até outubro para viabilizar leilão de blocos de petróleo de Roraima

Audiência pública sobre a exploração de petróleo na ALE-RR contou com políticos, representantes da ANP, da Petrobras, de ministérios e mais

Grupo deve finalizar estudo até outubro para viabilizar leilão de blocos de petróleo de Roraima Grupo deve finalizar estudo até outubro para viabilizar leilão de blocos de petróleo de Roraima Grupo deve finalizar estudo até outubro para viabilizar leilão de blocos de petróleo de Roraima Grupo deve finalizar estudo até outubro para viabilizar leilão de blocos de petróleo de Roraima
Audiência pública sobre a exploração de petróleo em Roraima, realizada na Assembleia Legislativa de Roraima (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)
Audiência pública sobre a exploração de petróleo em Roraima, realizada na Assembleia Legislativa de Roraima (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

A Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) realizou, nesta segunda-feira (19), audiência pública para discutir a exploração de petróleo na bacia sedimentar do Tacutu, no Estado. Durante o evento, a gerente de projeto da Secretaria-Executiva do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Moara Menta Giasson, estimou que, até o início de outubro, o grupo interministerial de trabalho vai finalizar os estudos para viabilizar a disponibilização dos blocos de petróleo da região para a Agência Nacional de Petróleo (ANP) incluí-los em sua oferta permanente por meio de leilões.

O encontro contou com os deputados federais Gabriel Mota (Republicanos-RR) e Helena Lima (MDB-RR), além de deputados estaduais, como o presidente da reunião, Gabriel Picanço (Republicanos), e outros políticos locais. Representantes da ANP, da Petrobras, do Ministério de Minas e Energia (MME), das universidades Federal de Roraima (UFRR) e Estadual de Roraima (Uerr), geólogos, empresários e cidadãos locais também participaram da reunião.

Moara Giasson ressaltou a legislação ambiental consolidada sobre o assunto e que a região a ser explorada tem proximidades com territórios indígenas, um bloco sobreposto à área de lavrado e uma sobreposição na área urbana de Boa Vista. “Essas questões não são impedimentos, o que a gente vai fazer é avaliar se há necessidade de algum recorte mais aprofundado, verificar essas distâncias para, aí sim, encaminhar para o Ministério de Minas e Energia e a ANP as nossas propostas”, reforçou.

“A gente tem previsão de finalização [dos estudos do grupo de trabalho] pro final de setembro, talvez escorregue um pouquinho para início de outubro. Mas a gente tem em mente considerado de forma muito séria a necessidade do edital de colocar esses blocos em disponibilidade, em oferta permanente. A gente não quer atrasar e ser impeditivo para que esse edital seja colocado na praça já com esses blocos terrestres, que são prioridades pro MME e também pra própria ANP”, destacou Moara.

O presidente da Femarh (Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos), Glicério Fernandes, afirmou que, após o leilão, o Estado dará a “celeridade máxima” para as conceder as licenças necessárias.

“Para que se possam fazer as prospecções, para que se produza a partir das prospecções o que a empresa vai indicar a modalidade de extração, que é a mais rentável pra ela. A partir disso, existe legislação vigente que determina como se gastam recursos arrecadados do que for comercializado. Porém, royalties, eles têm uma divisão direta primeiro. Por exemplo: se um dos poços se for na minha fazenda, sou superficiário, tenho direito a receber devidamente avençado com a empresa que for explorar dentro do licenciamento”, exemplificou Fernandes.

O coordenador-geral de dados e informações de exploração e produção do MME, Diogo Santos Baleeiro, afirmou que a pasta está empenhada em fazer o petróleo se tornar realidade em Roraima. “Tema muito estratégico pra nós porque pode proporcionar desenvolvimento pra região sob o aspecto social e econômico e também pra auxiliar na segurança energética do Brasil”, declarou.

O gerente-geral de potencial exploratório e negócios da Petrobras, Juliano Magalhães Stica, defendeu a necessidade de se fazer novas pesquisas, uma vez que as últimas realizadas pela empresa datam da década de 1980. “Quanto menos informação, maior o risco que a gente tem de ter um leilão vazio”, alertou. ““A gente não pode afirmar nada sobre o leilão, até porque não temos resposta sobre isso, mas temos interesse sim na pesquisa”.

Nesse mesmo sentido, o professor de Geologia da UFRR, Vladimir de Souza, defendeu recursos para fomentar novas pesquisas sobre a exploração de petróleo no Estado e ainda pediu apoio a um projeto para mudar a distribuição de investimentos em pesquisa de petróleo e gás natural para Roraima. “Nossas pesquisas todas foram feitas ou com parcos recursos da Universidade ou com nossos recursos próprios”, pontuou.

Gabriel Mota lembrou que a discussão sobre o tema “parecia impossível” um ano e meio atrás, defendeu o petróleo como a nova matriz econômica do Estado e diz acreditar que Roraima seguirá o exemplo da Guiana. “Só a Guiana recebeu em 2023 mais de 8 bilhões de dólares em royalties. Se a gente calcular a nível de Roraima, são quase cinco vezes o orçamento anual do Governo do Estado”, destacou o deputado federal. “Roraima pode se tornar uma Dubai do Brasil”.

O deputado federal Gabriel Mota durante audiência pública sobre a exploração de petróleo em Roraima, realizada na Assembleia Legislativa de Roraima (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

“A gente mora na maior riqueza do mundo, no menor pedaço de terra que é Roraima, que está adormecido. Precisamos tirar esses grandes potenciais econômicos minerais que estão no nosso Estado para a nossa população ser contemplada e assistida com as riquezas minerais”, avaliou o deputado estadual Gabriel Picanço.

O deputado estadual Gabriel Mota durante audiência pública sobre a exploração de petróleo em Roraima, realizada na Assembleia Legislativa de Roraima (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)
Perfil Lucas Luckezie
Lucas Luckezie

Jornalista

Formado pela UFRR. Iniciou a carreira em 2013 na Folha, onde está em sua 2ª passagem. Já trabalhou na Câmara de Boa Vista e na afiliada da TV Globo (Rede Amazônica), além de ter colaborado com SporTV, Globo e CNN Brasil. Tem experiência multimídia como repórter, apresentador, editor-chefe e assessor.

Formado pela UFRR. Iniciou a carreira em 2013 na Folha, onde está em sua 2ª passagem. Já trabalhou na Câmara de Boa Vista e na afiliada da TV Globo (Rede Amazônica), além de ter colaborado com SporTV, Globo e CNN Brasil. Tem experiência multimídia como repórter, apresentador, editor-chefe e assessor.

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