Um forte esquema de segurança foi montado em Brasília para o início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de sete aliados, marcado para as 9h desta terça-feira (2) na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). O processo trata da acusação de tentativa de reverter o resultado das eleições de 2022, em que Bolsonaro foi derrotado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O calendário prevê oito sessões de análise, distribuídas nos dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro. A expectativa é de que o julgamento se estenda pelas próximas semanas, dada a complexidade do caso e o número de réus.
Os réus
Além de Bolsonaro, são acusados nomes de destaque de seu governo e da cúpula militar:
Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do DF;
Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
Walter Braga Netto, ex-ministro e candidato a vice na chapa de Bolsonaro em 2022;
Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência.
O grupo é apontado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como núcleo estratégico na suposta tentativa de ruptura institucional após o resultado eleitoral.
Clima de expectativa
O julgamento ocorre sob forte atenção política e social. Autoridades reforçaram a segurança no entorno do STF diante da possibilidade de manifestações. Embora o resultado final possa demorar algumas sessões, a análise do caso deve ser um dos momentos mais decisivos do tribunal neste ano, com impacto direto no futuro político do ex-presidente e de seus aliados.