Política

Deputado acusa delegado que é candidato de tentar intimidá-lo

Parlamentar denunciou que carro, supostamente sob a guarda da Polícia Civil, estaria monitorando seu motorista, assessores e amigos

O deputado Joaquim Ruiz (PTN) usou a tribuna da Assembleia Legislativa de Roraima, na manhã de ontem, para denunciar suposta ação ilegal por parte da Polícia Civil que, segundo ele, estaria agindo a mando do delegado Jorge Everton, candidato a deputado estadual pelo PMDB. As situações teriam ocorrido na semana passada.
Procurado pela Folha, o candidato Jorge Everton explicou que, em virtude do horário eleitoral, preferiu não se manifestar sobre o caso e informou que vai adotar medidas judiciais necessárias contra o deputado Joaquim Ruiz.
Ruiz protestou em plenário. “Não posso aceitar que a Polícia Civil fique monitorando meu motorista, assessor e amigos. Tenho filmado e na próxima sessão vou mostrar o vídeo ao presidente da Casa [Chico Guerra, do Pros]”, disse o deputado do PTN, que admitiu ter comunicado o ocorrido ao chefe da Casa Civil do Governo do Estado, coronel Manoel Leocádio. “Está filmado e gravado”, frisou.
Ruiz afirmou não ser possível reconhecer as pessoas que estavam dentro dos veículos, uma vez que todos possuem película escura, dificultando a identificação, mas salientou que pelas placas dos carros foi possível apurar que se trata de veículos apreendidos pela Polícia Civil, o que reforça a acusação do parlamentar. “Estão sob o poder da Polícia e sendo mal utilizados”, declarou.
O deputado afirmou que suspeita do delegado pela sua ligação com a Polícia Civil. “Só posso pensar isso diante desse processo coercitivo, tentando amedrontar pessoas que trabalham comigo, que votam em mim e trabalham na minha campanha. Quem é da polícia pode fazer esse tipo de coisa comigo?”, questionou.
Joaquim Ruiz disse que lamenta fazer parte da Coligação Avança Roraima, formada pelo PMDB-SD-PSD-PSB-PSDB-PROS-PTN. “Fui contra o tempo todo”, disse, referindo-se à formação da coligação.
O parlamentar disse que o delegado-geral da Polícia Civil, Luciano Silvestre, teria lhe procurado e garantido que tomaria as providências cabíveis para o caso. “Esqueceram, nem perceberam ou não quiseram perceber, já que o intuito era um trabalho coercitivo, que as casas tinham sistema de segurança, e agora está tudo gravado”, disse ao acrescentar que no caso do seu motorista, além de monitorar a casa também o filmaram. “Tentam amedrontar, algo inadmissível no regime democrático do nosso País. A Polícia Civil é formada, na sua maioria, por pessoas muito sérias. Não ando com segurança policial, escolta, não aceito que essas pessoas, que existem para servir à sociedade, sirvam a parlamentares. É lamentável que esteja acontecendo isso agora!”, frisou.