Política

Com queda no repasse do FPM, prefeituras do interior cortam gastos

Repasses de Fundos de Participação foram mais baixos que os do mesmo período do ano passado; Prefeito de Caracaraí, por exemplo, demitiu comissionados

Com queda no repasse do FPM, prefeituras do interior cortam gastos Com queda no repasse do FPM, prefeituras do interior cortam gastos Com queda no repasse do FPM, prefeituras do interior cortam gastos Com queda no repasse do FPM, prefeituras do interior cortam gastos

As receitas de 2015 têm chegado aos cofres municipais na contramão das despesas, que crescem a cada dia. A prova disso foi o repasse das primeiras parcelas do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), realizados nos dias 8 e 9 desse mês.

Conforme levantamento realizado pela Folha, o Governo do Estado recebeu valor bruto de R$ 67.406.832,76. Comparado ao mesmo período do ano passado, onde o Estado recebeu R$ 68.571.283,06, a redução foi de R$ 1.164.450,30.

Desconsiderando a retenção do Pasep (Programa de Formação do Patrimônio do Servidor), a parcela da Receita Federal e as deduções da Saúde e do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica), que foi de R$ 23.288.722,35, o valor líquido recebido pela Administração Estadual foi de R$ 44.118.110,41, uma diferença de R$ 60.066,62 comparado ao mesmo período do ano anterior, onde foram passados ao Estado R$ 44.718.777,03.

Da mesma maneira, os municípios também tiveram reduções em fundos. Só para se ter uma ideia, a primeira parcela do FPM de outubro para a capital Boa Vista. Este mês, a Prefeitura de Boa Vista recebeu R$ 12.008.590,51, um valor bem abaixo do ano passado, que foi de R$ 12.288.691,14. Ao todo, a redução no recurso foi de R$ 280.101,12.

Desconsiderando a parcela da Receita Federal, a retenção do Pasep e as deduções da Saúde e do Fundeb, o repasse líquido para o Município foi de R$ 7.488.361,70. Em 2014, esse valor foi de R$ 7.503.750,13, uma diferença de R$ 15.388,43.

Os dados estão disponíveis no Demonstrativo de Distribuição da Arrecadação do Sistema de Informações Banco do Brasil (SISBB). De acordo com o Secretaria do Tesouro Nacional (STN), a redução no repasse em todo País foi de cerca de 12%. Pode parecer pouco, mas qualquer redução pode resultar em dor de cabeça para os gestores públicos.

“Desde o ano passado, a Prefeitura de Caracaraí tem sentido bastante essa perda de receita. Só para você ter uma ideia, de janeiro para cá, nós perdemos R$ 400 mil com relação ao Fundeb. Ou seja, de R$ 1,5 milhões, a gente recebeu apenas R$ 800 mil. É um valor muito significativo, e eu, como gestor, já vinha adotando medidas para cortar custos, como redução de contratos com terceirizados, aluguel de veículos, redução de secretarias, demissões de comissionados e até medidas mais graves, como redução de salários”, contou o prefeito do município de Caracaraí, Enildo Dantas (sem partido).

Além das medidas de urgência, Dantas afirmou ainda que tem massificado ações de informação junto à população do município, explicando os motivos de tantas decisões para equilibrar as contas. Para ele, é necessário que todos os 15 municípios entrem em um entendimento para chegar a um diálogo junto ao Governo Federal sobre a situação de penúria que enfrentam.

“Infelizmente, a nossa associação está dispersa. Acredito eu que nesse momento de crise, era para estarmos todos unidos, mobilizando-nos para encontrar uma solução. Nós temos sofrido bastante com essa redução de recurso, não é só a Prefeitura de Caracaraí que passa por esse problema, e é necessário que passemos a nos preocupar mais com essa situação”, concluiu o prefeito. (M.L)

Compartilhe via WhatsApp.
Compartilhe via Facebook.
Compartilhe via Threads.
Compartilhe via Telegram.
Compartilhe via Linkedin.