JULGAMENTO NO STF

Bolsonaro é condenado a 27 anos de prisão em regime fechado; outros réus também recebem penas

Ministros da Primeira Turma do STF condenaram o ex-presidente e outros sete réus por cinco crimes, em placar de 4 a 1

Bolsonaro, ex-presidente da República. Foto: Sérgio Lima/Poder360 07.jan2020
Bolsonaro, ex-presidente da República. Foto: Sérgio Lima/Poder360 07.jan2020

O ex-presidente Jair Bolsonaro foi condenado, nesta quinta-feira (11), a 27 anos e três meses de prisão em regime fechado pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), em julgamento que definiu as penas dos réus envolvidos na trama golpista que tentou impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 1º de janeiro de 2023.

O colegiado condenou Bolsonaro e outros sete aliados pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência, grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado. As penas estão sendo definidas após a fase de dosimetria do julgamento.

Apesar da condenação, Bolsonaro não será preso imediatamente. Ele ainda pode recorrer da decisão em instâncias superiores, e somente se os recursos forem rejeitados a prisão poderá ser efetivada. Oficiais do Exército, como Braga Netto e Paulo Sérgio Nogueira, têm direito à prisão especial e não devem ser enviados a presídios comuns.

A decisão também beneficiou Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, condenado a dois anos de prisão, que cumprirá a pena em regime aberto por conta do acordo de delação premiada, reconhecido pelo relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, como efetivo.

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Réus e penas

Da esquerda para direita: Ex-presidente Jair Bolsonaro, General Braga Netto, General Augusto Heleno, Almirante Almir Garnier, Tenente-Coronel Mauro Cid, Deputado Federal Alexandre Ramagem, ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, General Paulo Sérgio Nogueira. Fotos: Agência Brasil
  • Jair Bolsonaro (ex-presidente): 27 anos e 3 meses de prisão;
  • Walter Braga Netto (general da reserva e ex-ministro da Defesa): 26 anos de prisão;
  • Augusto Heleno (general e ex-ministro do GSI): ainda não definido;
  • Paulo Sérgio Nogueira (general e ex-ministro da Defesa): ainda não definido;
  • Almir Garnier (almirante e ex-comandante da Marinha): ainda não definido;
  • Anderson Torres (delegado da PF e ex-ministro da Justiça): ainda não definido;
  • Alexandre Ramagem (delegado da PF e deputado federal): condenado apenas por três dos cinco crimes imputados;
  • Mauro Cid (ex-ajudante de ordens de Bolsonaro): 2 anos, em regime aberto.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) apontou que os réus planejavam a operação clandestina “Copa 2022”, com ações que incluíam sequestro e homicídio de autoridades do STF, como o ministro Alexandre de Moraes. Delações premiadas indicaram reuniões secretas e repasses de dinheiro para financiar o plano golpista.

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