Polícia

Venezuelano encontra em lixeira munição de atacar carro forte e avião

Um caso atípico foi registrado na manhã desta quarta-feira, dia 29, pela Força Tática da Polícia Militar no bairro Buritis, zona Oeste de Boa Vista. Seis munições de rifle de uso restrito foram encontradas em uma lixeira residencial por um venezuelano que procurava comida. 

O relatório da ocorrência conta seis munições, sendo duas de calibre ponto 50, duas de 7,62, que possuem alcance de 3 quilômetros de distância, e duas de 7,62 de festim foram entregues no 2º Distrito Policial. Ninguém foi preso.

As munições são de armas de uso restrito das Forças Armadas e capazes de parar tanques de guerra e de abater aeronaves, segundo especialista em segurança pública consultado pela Folha.

“As munições ponto 50 são de alto poder destrutivo e usadas normalmente em guerras. O armamento que usa essa munição poderia abater aeronaves e atravessaria até três carros-fortes enfileirados, por mais que estivessem blindados. São munições perfurantes excelentes para destruir estruturas de concreto e veículos blindados”, explicou o sargento Roney Cruz

Esse tipo de armamento, segundo o especialista, no Brasil é de uso exclusivo das Forças Armadas e pode ter sido adquirido por tráfico. “Foi criado por John Moses Browning no final de 1910, devido à necessidade do Exército americano de um calibre antiaéreo, mas entrou em serviço apenas em 1921. Os americanos criaram o calibre ponto 50 para neutralizar ataques aéreos e destruir carros blindados em guerras no Afeganistão e no Iraque. Os soldados só tiveram permissão para usar a arma de guerra depois de vários anos de treinamento no comando de operações especiais do Exército.”

O CASO – Segundo a PM, um soldador de 39 anos acionou uma guarnição via disque denúncia e informou que havia munições de arma de fogo dentro de uma lixeira próximo a sua casa. Ele explicou que estava lavando seu carro na calçada quando um homem de origem venezuelana informou ter encontrado os objetos e saiu. Ele não foi mais localizado.

Os policiais fizeram contato com os moradores da rua para descobrir se algum deles visualizou alguma movimentação estranha horas antes, mas ninguém soube informar a origem das munições.

Curiosamente, na tampa da caixa havia o número do telefone de um homem, que ao ser questionado sobre as munições, disse não ser o dono e também afirmou não ter informações sobre a procedência das mesmas. O caso será investigado.