POLÍCIA MILITAR

Justiça suspende investigação contra coronel que criticou governador e ex-comandante da PM

Juiz do caso entendeu que subcomandante que abriu a sindicância tinha interesse na apuração por ter sido denunciado por Francisco Xavier

O ex-comandante-geral da Polícia Militar, coronel Francisco Xavier (Foto: Arquivo pessoal)
O ex-comandante-geral da Polícia Militar, coronel Francisco Xavier (Foto: Arquivo pessoal)

O juiz estadual Guilherme Versiani Gusmão Fonseca suspendeu um dos procedimentos internos que investiga o ex-comandante-geral da Polícia Militar (PMRR), coronel Francisco Xavier, por “críticas indevidas” ao governador Antonio Denarium (Progressistas) e ao ex-comandante-geral, coronel Miramilton Goiano de Souza.

O magistrado concedeu mandado de segurança a Xavier porque o então subcomandante-geral da PM, coronel Francisco Lisboa, foi parcial ao abrir a sindicância.

Fonseca concordou com a linha de raciocínio do advogado de Xavier, Gustavo Hugo, de que Lisboa tinha interesse direto na apuração.

Isso porque o ex-subcomandante já foi alvo de denúncia pelo mesmo ex-comandante-geral por injúria, ameaça e transgressão disciplinar em virtude do mesmo caso.

“A continuidade da sindicância em tais condições não apenas compromete os princípios
constitucionais do devido processo legal, da moralidade e da imparcialidade administrativa, mas também pode gerar prejuízos irreparáveis à carreira e à imagem do servidor militar”, afirmou o juiz, em decisão válida até o julgamento final da ação.

A PM disse que ainda não recebeu a notificação da liminar.

“Após notificação pelo Poder Judiciário, o PMRR adotará as medidas cabíveis em estrita observância à legislação vigente, reafirmando o compromisso com a legalidade e o respeito às decisões judiciais”, destacou, em nota.

Entenda o caso

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O coronel Francisco Xavier, o governador Antonio Denarium e o coronel Miramilton Goiano de Souza (Foto: Secom-RR)

Francisco Xavier passou a responder a investigações internas depois de publicar, em 2024, um texto que reprova a atitude de Denarium de manter Miramilton Goiano de Souza no comando da PM.

Isso mesmo após o coronel virar investigado por suspostamente participar de um esquema de venda ilegal de armas e muniçõesO ex-comandante já negou a acusação.

Na mensagem enviada no grupo de WhatsApp da Associação dos Oficiais do Estado de Roraima (Assoer), Xavier também criticou o governador por não exonerar Souza após ele receber, sem licitação, mais de R$ 120 mil para ministrar um curso de tiro em Bonfim. Na época, o coronel esclareceu que o dinheiro custeou toda a capacitação.

Xavier se disse “decepcionado” com Denarium por permitir “uma das piores desonras em quase 50 anos de existência” da PM.

Ademais, afirmou que o governador poderia ter “poupado” a corporação e a sociedade de ver a primeira operação policial contra um comandante-geral.

“Razões não faltaram para que o governador se antecipasse em exonerar o Coronel Miramilton pela absoluta falta de compatibilidade moral deste em permanecer no maior cargo da corporação […] Precisava submeter os 2.500 policiais militares a essa vergonha alheia, Denarium?”, diz trecho da mensagem.

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