Na manhã desta quarta-feira (03), a Polícia Civil de Roraima (PCRR) participou de Operação Nacional “EBDOX” que desarticulou organização criminosa especializada em aplicar golpes virtuais de falsos investimentos em negócios ligados a criptomoedas. Estima-se que o crime de estelionato movimentou mais de R$1 bilhão em 2024.
A ação foi coordenada nacionalmente pela Polícia Civil do Distrito Federal e teve cumprimento simultâneo de mandados em cinco estados. Em Roraima, os cinco mandados de busca e apreensão ocorrerão em Boa Vista e contou com a participação de três delegados do PCRR, Wesley Costa de Oliveira, Carla Gabriela Paullain, Pedro Ivo, além de quatro policiais civis do Distrito Federal.
As investigações foram iniciadas em abril de 2024 e, segundo as informações, os estelionatários atraiam vítimas de todo o país por meio de grupos criados no Whatsapp administrados por um criminoso que se apresentava como um doutor da Universidade de São Paulo (USP).
As vítimas eram orientadas a investir em uma plataforma chamada “EBDOX” que simulava ganhos, porém ao tentar sacar o dinheiro, eles eram informados de que havia um bloqueio fictício da Polícia Federal e, para liberar, precisava pagar uma taxa de 5% que nunca era devolvido. Depois dos ganhos, a plataforma foi desativada.
“Essa operação é um exemplo da força da atuação conjunta das polícias civis em todo o país. O combate a organizações criminosas transnacionais exige estratégia, inteligência e união. Em Roraima, nossas equipes atuaram de forma técnica e firme no cumprimento das ordens judiciais, garantindo que o braço da lei alcance quem tenta se esconder por trás de fraudes digitais”, disse o delegado titular da DRACO (Delegacia de Repressão às Organizações Criminosas), Wesley Costa de Oliveira.
Deflagrada em Roraima, a Operação “EBDOX” contou com o apoio da Polícia Civil da Bahia (PCBA), Polícia Civil do Paraná (PCPR), Polícia Civil do Mato Grosso (PCMT) e Polícia Civil de São Paulo (PCSP).
Conforme a Polícia Civil do Distrito Federal, essa quadrilha era liderada por chineses que residem em São Paulo. Eles atraíam brasileiros para organizar e monitorar as vítimas e os pagavam com criptomoedas. O dinheiro era lavado através de compras de criptoativos,créditos de carbono e exportação de alimentos de Boa Vista para a Venezuela.
Prisões – Cenário Nacional
A Operação “EBDOX” já resultou na prisão temporária de três pessoas de diferentes estados, entre eles, um homem identificado pelas iniciais J.S.M, de 34 anos. Os suspeitos vão responder por estelionato eletrônico, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Com ações realizadas de forma simultânea em São Paulo, Guarujá, Boa Vista, Curitiba, Dourados e Entre Rios, foram cumpridos 21 mandados de busca e apreensão, três de prisão temporária e medidas de sequestro de bens e valores.