EM CARACARAÍ

População contesta versão dada por policiais militares sobre desentendimento em partida de futebol

De acordo com Regilson Gomes, representante do Distrito de Moura, a reação dos policiais foi desproporcional à situação

População contesta versão de PMs
Vídeo registra momento em que policial joga spray de pimenta no rosto de torcedor - Foto: Reprodução

Moradores do Distrito de Moura, comunidade do município de Barcelos, no Amazonas, contestaram a versão dada pela Polícia Militar de Roraima (PMRR) sobre um suposto desentendimento durante uma partida de futebol, no festejo de São João da comunidade Caicubi, em Caracaraí.

De acordo com Regilson Gomes, representante do Distrito de Moura, a reação dos policiais foi desproporcional à situação. Ele conta que, em nenhum momento, a polícia foi acionada para conter uma confusão, pois o que estava ocorrendo era somente a animação dos torcedores durante a disputa de pênaltis entre os times femininos.

“Nos nossos torneios, não é como campeonato. As torcidas podem ficar dentro do campo. Em nenhum momento houve confusão, em nenhum momento eles foram acionados pela coordenação do evento. No vídeo, ninguém viu agressões por parte da torcida, e sim dos militares”, relatou Regilson à FolhaBV.

Um vídeo encaminhado por Regilson mostra o momento em que o árbitro afirma que a goleira estaria fora da área demarcada após agarrar o pênalti. Com isso, jogadoras e alguns torcedores se aproximam dele para mostrar vídeos do lance, explicando que a goleira agiu corretamente.

Após a disputa de pênaltis continuar, um policial é flagrado jogando spray de pimenta no rosto de um torcedor. O líquido se espalha e atinge outras pessoas, incluindo crianças. Em seguida, as pessoas presentes se revoltam e reclamam da atitude, momento em que uma bomba de efeito moral é lançada e atinge uma jogado. Por isso a população contesta a veresão dos policiais.

Momento em que um policial usa spray de pimenta contra um torcedor – Vídeo: Arquivo Pessoal
Momento em que granada de gás é lançada no meio dos torcedores – Vídeo: Arquivo Pessoal

Outra jogadora que estava presente relata que a alegação da PMRR de que houve um comportamento hostil por parte dos torcedores é falsa, pois a revolta só ocorreu após os supostos abusos de poder cometidos pelos policiais.

“Todos que estavam presentes sabem muito bem que não houve briga entre as equipes. Isso que estão dizendo é uma grande mentira. Um bando de mentirosos tentando inverter a verdade e manchar a imagem de quem só queria participar de uma festa em paz”, declarou a jogadora, que não quis se identificar.

Jogadora é atingida por bomba de contenção lançada por policial militar – Vídeo: Arquivo Pessoal

Versão da PMRR sobre o desentendimento

A população presente contesta a versão da Polícia Militar, apresentada à FolhaBV nesta terça-feira, 24, que informou que os policiais foram acionados para garantir a ordem pública durante um evento esportivo realizado na comunidade.

Durante a partida de futebol, foi alegado que houve um desentendimento generalizado entre os participantes e torcedores, envolvendo aproximadamente 200 pessoas, com registro de comportamento hostil e descumprimento das ordens de dispersão dadas pelos policiais militares presentes.

Segundo informações da guarnição acionada para atender à ocorrência, foram utilizados instrumentos de menor potencial ofensivo, conforme prevê a legislação vigente, com o objetivo de conter o distúrbio e restabelecer a ordem no local. O procedimento adotado seguiu os protocolos operacionais e as normas legais que regulam a atuação policial em situações de controle de distúrbios civis.

“A Polícia Militar reafirma seu compromisso com a legalidade, a proteção de direitos e a segurança da população. Eventuais excessos que venham a ser apontados serão apurados por meio de procedimento administrativo próprio, assegurando aos envolvidos o direito ao contraditório e à ampla defesa, nos termos da legislação vigente”, informou a corporação.

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