OPERAÇÃO ILÍRIA

Policial, gerente comercial e analista judiciário também são alvos de operação contra prostituição de menores

Delegado do caso, Matheus Rezende, disse que suspeitos ofereciam bebidas alcoólicas e drogas às vítimas em troca de favores sexuais

Operação da PCRR contra prostituição de menores (Foto: PCRR)
Operação da PCRR contra prostituição de menores (Foto: PCRR)

O agente de polícia E. R. C., de 57 anos, o gerente comercial R. N. A. L., de 49, o analista judiciário F. F. S., de 49, e o jovem K.W.S.P, de 20, são alvos da mesma operação que prendeu o major da Polícia Militar (PMRR), Edmilson Costa Lima, por 30 dias.

Costa Lima foi preso enquanto chegava do Amazonas em desembarque na Rodoviária Internacional de Boa Vista. Ele foi acompanhado pela Corregedoria da PMRR até a sede da DPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente). Posteriormente, ele foi encaminhado para audiência de custódia.

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A Polícia Civil (PCRR) divulgou apenas as iniciais dos investigados e informou que cumpriu mandados de busca e apreensão nas casas dos cinco suspeitos, situadas nos bairros Paraviana, Caçari, São Pedro, Cinturão Verde e Equatorial.

Operação da PCRR contra prostituição de menores (Foto: PCRR)

K.W.S.P., outro com mandado de prisão temporária, não foi localizado e é considerado foragido. A polícia garantiu que diligências estão em andamento para localizá-lo.

A corporação batizou a operação de Ilíria, a qual apura a existência de um esquema liderado e integrado por agentes públicos para praticar prostituição de adolescentes, associação criminosa, fornecimento de bebida alcóolica a menores e porte ilegal de arma de fogo.

De acordo com o delegado adjunto de Proteção à Criança e ao Adolescente, Matheus Rezende, os suspeitos ofereciam bebidas alcoólicas e drogas às vítimas em troca de favores sexuais.

“Essa investigação dura aproximadamente dois meses e visa apurar os seguintes delitos: a associação criminosa, favorecimento à prostituição, fornecimento de bebida alcoólica a menor de idade e porte ilegal de arma de fogo de uso restrito”, destacou.

Ainda segundo Rezende, as investigações indicam que adolescentes com idades entre 14 e 16 anos, foram vítimas em festas promovidas em residências dos investigados, onde ocorreram atos de exploração sexual.

Depoimentos apontam que os acusados se valeram de suas posições sociais e cargos públicos para ocultar atividades criminosas.

Ademais, o delegado explicou que as investigações terão desdobramentos com a identificação de novos supostos autores das práticas delitivas e também identificação de vítimas.

A operação também contou com apoio do DPE (Departamento de Polícia Especializada) e a participação de outras unidades da PCRR, como o GRT (Grupo de Resposta Tática) e o ICPDA (Instituto de Criminalística Perito Dimas Almeida). As equipes foram divididas estrategicamente e coordenadas pelos delegados Kássia Poersh, Leonardo Michell, César Lunkes e Franco Abruzzi Ghiggi.

A operação

O nome da operação faz referência à obra Noite de Reis, de William Shakespeare, ambientada na fictícia região de Ilíria, cenário marcado por disfarces e manipulação, simbolizando a conduta dos investigados, que ocultavam práticas criminosas por trás de aparências respeitáveis, cargos públicos e influência social, enquanto cometiam graves violações contra os direitos de crianças e adolescentes.

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