
Três mandados de busca e apreensão foram cumpridos nesta terça-feira, 8, na casa de um casal investigado pela morte de um homem que foi vítima de um golpe no aplicativo de vendas. O caso ocorreu em 2018 e vem sendo acompanhado pela Delegacia-Geral de Homicídios (DGH) da Polícia Civil de Roraima (PCRR).
A Operação Anúncio Mortal, como foi batizada, foi deflagrada nos bairros Silvio Leite, Caçari e Distrito Industrial, em residências ligadas ao policial militar C.S.S., de 51 anos, e à sua ex-esposa, M.E.A., de 52 anos. Foram apreendidos objetos que podem ajudar no esclarecimento do crime.
Ao todo, 22 policiais civis da DGH, com apoio do Grupo de Resposta Tática (GRT), participaram da operação.
Vítima foi assassinada após golpe em aplicativo de vendas
Em 2018, na tarde do dia 21 de fevereiro, o corpo de Luiz Eduardo Peixoto de Araújo, de 34 anos, foi encontrado carbonizado no Anel Viário, contorno oeste da BR-174. Durante a perícia realizada no Instituto Médico Legal (IML), foi identificada uma perfuração de arma de fogo na testa, indicando execução.
Durante as investigações, descobriu-se que Luiz Eduardo havia caído em um golpe aplicado por meio da venda de um veículo no aplicativo de vendas. O golpista se passou por dono do carro, negociou com a vítima e recebeu o valor por transferência bancária.
Após o pagamento, Luiz procurou a suposta vendedora, identificada como M.E.A., momento em que foi informado de que ela não havia anunciado nenhum veículo nem tratado da venda com ele. As investigações apontaram que o golpista teria utilizado o anúncio verdadeiro da mulher, republicando a mesma publicação e passando a intermediar a venda de forma fraudulenta.
Ao descobrir que havia sido enganado, Luiz passou a insistir com M.E.A. para receber o carro ou seu dinheiro de volta. Diante da insistência, a mulher informou a situação ao ex-marido, C.S.S., que afirmou que resolveria tudo.
Segundo familiares, Luiz Eduardo voltou a procurar M.E.A. dias depois. Após o encontro, ele desapareceu e, no mesmo dia, foi encontrado morto, com sinais de carbonização e um tiro na testa.
As investigações também indicaram que C.S.S. teria tentado despistar os investigadores, levantando a hipótese de que Luiz teria sido executado por uma facção criminosa. C.S.S. negou qualquer participação no crime.
Luiz Eduardo deixou esposa e filhos. Era conhecido pelo bom comportamento social e não possuía antecedentes criminais. O caso segue sob investigação da DGH.