Na manhã desta quarta-feira, 9, a Polícia Civil realizou coletiva de imprensa para dar detalhes da ação que resultou na desarticulação de uma organização criminosa que nos últimos meses atuou em uma série de delitos na capital, entre eles roubo de veículos de luxo.
Ao todo, sete pessoas foram presas durante a execução das ações policiais, que contou com o apoio de agentes do 5º Distrito Policial (5º DP), Divisão de Inteligência e Captura (Dicap) da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc), Departamento de Inteligência do 1º Distrito Policial (1º DP), Departamento de Narcóticos (Denarc), Núcleo de Inteligência (NI), Grupo de Resposta Imediata (GRI), Departamento de Informações e Inteligência (DII) da PM (Polícia Militar) e Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope).
De acordo com a delegada-Geral da Polícia Civil, Giuliana Castro, as investigações avançaram durante a apuração de informações relacionadas ao sequestro seguido de roubo de uma empresária, que ocorreu no último dia 3, no bairro São Francisco, zona Norte da capital. O crime acabou sendo atribuído ao foragido da Penitenciária Agrícola de Monte Cristos (Pamc), Alexandre Santos Soares, o “Armação”, preso ontem, 8, durante um patrulhamento da Força Tática no bairro União, zona Oeste.
Além de “Armação”, a ação resultou na prisão de Edmar dos Santos Figueira Neto; da sua namorada, Bruna Silva Souza; de Janderson Dário Cavalcante; de Jorge Lopes Castro, vulgo “Maresia”; Anderson de Jesus Silva e de Eliton Andrade Barbosa.
Ainda segundo a ocorrência do sequestro do bairro São Francisco, as investigações apontaram que Edmar Neto deu cobertura a Alexandre Soares, disponibilizando o seu próprio carro, um Gol G4, para a realização da ação delituosa. A confirmação foi possível graças a imagens de câmeras de um circuito de segurança.
“Essa ação vinha sendo planejada há bastante tempo, ou seja, os bandidos já estavam de olho na rotina dessa empresária até que encontraram o momento ideal para agir”, relatou Giuliana.
Após consumarem o sequestro, o grupo levou a vítima para dois cativeiros, sendo um localizado no bairro Aeroporto e outro no Conjunto Pérola, no bairro Dr. Airton Rocha. A vigilância era garantida pela namorada de Edmar, Bruna Silva e uma menor de idade, segundo informou a delegada-Geral da Polícia Civil.
“Foi constatado que o grupo tinha como alvo pessoas com bom poder aquisitivo, sempre de olho em veículos de luxo. Eles sequestravam as vítimas, as mantinham em cativeiro, até que esse veículo pudesse ser vendido por armas e drogas nas fronteiras com a Venezuela e Guiana. O carro dessa empresária, por exemplo, foi levado para a Venezuela e ainda não foi recuperado”, completou.
OUTROS CRIMES – Com a prisão dos envolvidos, a polícia conseguiu esclarecer ainda outras duas situações. A primeira delas relacionada a um roubo realizado no bairro Cambará. O local servia como estação de rádio amador que faz comunicação com área de garimpo.
“Outro foco desse grupo é o roubo de ouro e nessa ação em específico, como não encontraram o que queria, levaram diversos objetos, como joias, celulares, notbook, televisor e outros.
Durantes as oitivas, três dos envolvidos (Alexandre, Janderson e Jorge) acabaram confessando a participação em três homicídios ocorridos na capital. Os casos ainda estão sob investigação.
Todos os sete presos vão responder pelos crimes de roubo triplamente qualificado majorado e organização criminosa.
“Infelizmente, mesmo com o reforço da vigilância na fronteira, a gente percebe que há uma facilidade para essas pessoas estarem levando esses veículos para trocar por armas e drogas. Temos conhecimento que existe uma troca de informações entre facções brasileiras com bandidos da Venezuela e isso é muito perigo. Por esse motivo, nós batemos na tecla que é preciso que a Força Nacional dobre o seu efetivo para impedir que esse tipo de crime ocorra”, pontuou o comandante-Geral da Polícia Militar, coronel Edson Prola.
VEJA O VÍDEO: