POLÍCIA

Polícia indicia homem por se apropriar de mais de R$ 277 mil do avô de 89 anos

Foto: Divulgação/PCRR
Foto: Divulgação/PCRR

A Polícia Civil de Roraima (PCRR), por meio da Delegacia de Proteção ao Idoso e à Pessoa com Deficiência (DPIPCD), concluiu uma investigação e indiciou A.R.R., de 29 anos, por se apropriar indevidamente dos rendimentos financeiros do próprio avô, um idoso de 89 anos. Segundo as apurações, o investigado desviou mais de R$ 277 mil no período de um ano.

De acordo com o delegado Franco Ghiggi, responsável pelo inquérito, o caso chegou ao conhecimento da polícia após familiares da vítima registrarem um boletim de ocorrência em abril de 2024.

As investigações apontam que o homem passou a morar com o avô após enfrentar problemas familiares. Com o tempo, ganhou a confiança do idoso e passou a auxiliá-lo em transações financeiras e no pagamento de contas, como água, luz, plano de saúde e compras de supermercado.

“Com a confiança estabelecida, A.R.R. começou a resgatar aplicações financeiras mantidas pelo avô em cadernetas de poupança e Certificados de Depósito Bancário (CDB). Após o resgate, os valores eram creditados na conta do idoso e, em seguida, transferidos via Pix para a conta pessoal do investigado”, explicou o delegado.

Ainda segundo Ghiggi, após uma cirurgia cardíaca, a vítima compareceu a uma agência bancária e descobriu os desvios.

“As transferências começaram com valores entre R$ 100 e R$ 500, mas aumentaram gradativamente. No primeiro mês, somaram R$ 2 mil; no segundo, R$ 5 mil; e chegaram a R$ 47 mil em apenas um mês. Entre agosto de 2023 e abril de 2024, o prejuízo totalizou R$ 277 mil. O caso foi descoberto por tios do acusado e denunciado à Polícia Civil”, afirmou.

Durante as diligências, a polícia concluiu que A.R.R. se apropriou, de forma indevida, do patrimônio do avô.

“Após ser confrontado, o investigado deixou Roraima e, segundo as investigações, atualmente reside no Estado do Rio de Janeiro. Ele foi intimado para prestar depoimento por videoconferência, mas se recusou e informou que só se manifestará em juízo. O inquérito foi concluído e será encaminhado à Justiça”, informou o delegado.

Alerta

Franco Ghiggi alertou que a maioria dos crimes patrimoniais contra idosos é cometida por familiares próximos, muitas vezes por meio da apropriação direta de recursos ou contratação de empréstimos em nome das vítimas.

“Grande parte dos casos envolve netos, filhos, noras, genros ou pessoas do círculo familiar. Orientamos que os idosos não compartilhem senhas bancárias, não emprestem cartões e não permitam a instalação de aplicativos bancários nos celulares de terceiros, evitando o livre acesso às contas”, ressaltou.

Ele também recomendou que, ao solicitar ajuda de terceiros, os idosos realizem conferência direta nas instituições bancárias, como a retirada de extratos, para verificar se as transações foram realmente realizadas conforme solicitado.

“Quando há esse acesso irrestrito às contas, vemos com frequência a dilapidação do patrimônio dos idosos”, concluiu.

O investigado foi indiciado por apropriação de rendimentos de pessoa idosa, conforme o Estatuto do Idoso. O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público e à Justiça para prosseguimento da ação penal.

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