Balanço foi divulgado em coletiva de imprensa cedida pela Polícia Civil de Roraima (Foto: Divulgação)
Balanço foi divulgado em coletiva de imprensa cedida pela Polícia Civil de Roraima (Foto: Divulgação)

A Operação “Fim de Dança II”, realizada nas primeiras horas desta terça-feira (25) pela Polícia Civil de Roraima, numa ação integrada com o GAECO (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), do MPRR (Ministério Público de Roraima, se tornou a maior operação do estado, com objetivo de combater o crime organizado em Roraima, atuando na capital e em municípios do interior do estado. Ao todo foram expedidos 22 mandados de prisão preventiva, 55 de busca e apreensão e nove prisões em flagrante.

Atuação das facções criminosas no estado, segundo as investigações

Durante coletiva de imprensa, o coordenador da operação, o o delegado Wesley Costa, explicou como funcionavam as ações do crime organizado em Roraima. Segundo as investigações, as “lojas” onde eram comercializados os entorpecentes funcionavam como uma espécie de franquia e repassavam parte do lucro para a sede do Primeiro Comando da Capital (PCC), localizada em São Paulo. No estado, foram expedidos três mandados de prisão da operação deflagrada em Roraima.

“O PCC só permite que um franqueado, ou seja, um faccionado, faça a venda de entorpecentes naquela área onde ele tem domínio. Então, a organização criminosa vai fornecer o entorpecente para ele, ele vai promover a venda e, dessa venda, ele vai encaminhar parte dos lucros a essa central que fica em São Paulo.”, contou o delegado durante a coletiva de imprensa.

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Materiais apreendidos pela Polícia Civil

Até o momento da concessão da entrevista, a Polícia Civil havia apreendido aproximadamente meio quilo de pasta base de cocaína em Caracaraí, além de outras quantias menores, como dez gramas e vinte trouxinhas da mesma droga. Além disso também foram confiscados itens relacionados à logística do tráfico, incluindo uma balança de precisão, telefones celulares e dois veículos. Em ações desdobradas no estado de São Paulo, a polícia apreendeu ainda seis munições de arma.

Demais itens serão divulgados pela PCRR ao final da operação.

Disputa por territórios entre facções

Ainda segundo o delegado coordenador da operação, as investigações em um cenário de acirrada disputa territorial por pontos de venda de drogas na capital, Boa Vista, uma rivalidade que envolve facções nacionais, como PCC e Comando Vermelho, e grupos venezuelanos. As autoridades destacaram que a crise migratória é um agravante, pois imigrantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica acabam sendo cooptados por essas organizações criminosas. Os bairros 13 de Setembro, Cambará e a região do Vila Jardim foram citadas como áreas de concentração desses pontos de venda e de conflito entre as facções.

Continuação de operação anterior

Em maio deste ano ocorreu a primeira edição da operação, que era a maior do estado até a deflagração da parte II, que deu os primeiros passos no combate contra o crime organizado em Roraima. Mais de 300 policiais trabalharam na ação, que cooperou com a Policia Cívil de São Paulo.