Polícia

Pneus dentro da Cadeia Pública servem como criadouro para mosquito

Moradores vizinhos à Cadeia Pública de Boa Vista, localizada no bairro São Vicente, procuraram a Folha para denunciar a existência de pneus amontoados dentro da unidade prisional, acumulando água parada e aumentando o risco de focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, da febre chikungunya e do zika vírus.

Segundo Alzira Campos, que mora a cem metros da unidade prisional, muitas pessoas no bairro estão doentes. Ela disse que foi conversar pessoalmente com a administração da Cadeia Pública para relatar a situação, mas não conseguiu contato com o diretor.

“Fiz a minha parte. Fui procurar o diretor para perguntar por que não retiram os pneus, já que o curso [de treinamento de policiais] encerrou e eles [pneus] estão sem serventia, apenas prejudicando quem mora perto, com a transmissão da dengue. Aqui perto da minha casa muita gente já pegou e ela veio forte. Infelizmente não consegui contato com ele e tudo continua assim. Os pneus lá e o povo adoecendo”, relatou.

Outro morador, que não quis ser identificado, comentou com a equipe da Folha que, na sua casa, todos tiveram dengue e ele tem certeza que os focos do mosquito estão nos pneus acumulados na Cadeia. O morador considera a situação um descaso e uma irresponsabilidade por parte da administração do local. “Já gastei muito dinheiro com gasolina para hospital, remédio e outras despesas por conta desses pneus que deixaram aí. Depois desse treinamento que teve, os pneus ficaram servindo de casa para o mosquito da dengue. Isso é absurdo”, salientou.

OUTRO LADO – A Secretaria de Justiça e Cidadania se limitou a informar que os pneus que estão na Cadeia Pública de Boa Vista fazem parte do material usado como reciclagem para a produção de móveis artesanais do Agroarte, projeto realizado pelos reeducandos.

O lucro das vendas é dividido em duas partes: 40% para a compra de ferramentas e peças que ajudem na montagem de novos artesanatos; e 60% pago diretamente aos familiares dos reeducandos que trabalham no Agroarte. O trabalho funciona como terapia ocupacional, fonte de renda e remição de pena. (E.S)

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