E.L.S., de 37 anos, que se apresentava como personal trainer, foi indiciado formalmente por três crimes de estupro e autuado em flagrante por crime contra a saúde pública, devido à posse de anabolizantes sem registro sanitário. A conclusão da investigação e o indiciamento foram divulgados pela Polícia Civil de Roraima (PCRR).
O inquérito foi conduzido pela Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DERCC), após denúncias anônimas em redes sociais sobre abusos sexuais. O caso teve início a partir de relatos encaminhados pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM).
A investigação e o método de atuação
Segundo o delegado titular da DERCC, Eduardo Patrício, a investigação identificou as autoras das publicações e colheu depoimentos detalhados de três vítimas. As diligências confirmaram que E.L.S. não possuía registro profissional e nem formação para exercer a atividade de personal trainer.
Ainda segundo as investigações, o falso profissional se aproximava das mulheres sob o pretexto de oferecer serviços de acompanhamento físico e aplicação de anabolizantes. Utilizando manipulação e constrangimento, ele as induzia à prática de atos libidinosos.
Três mulheres relataram ter sido vítimas diretas dos abusos entre 2018 e 2023. Outras dez testemunhas foram abordadas pelo investigado, mas não cederam aos seus avanços.
Prisão e evidências
A operação que resultou na prisão em flagrante de E.L.S. foi deflagrada em 27 de fevereiro de 2025. Durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão na residência do investigado, a Polícia Civil encontrou seringas, frascos e uma grande quantidade de substâncias anabolizantes sem registro sanitário.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Diante das evidências, E.L.S. foi autuado por crime contra a saúde pública, tipificado no artigo 273 do Código Penal Brasileiro (CPB).
O inquérito foi concluído com o indiciamento de E.L.S. por três crimes de estupro, tipificados no artigo 213 do CPB. As penas para os crimes imputados, somadas, podem variar de 28 a 45 anos de reclusão.
“A meta da Polícia Civil é fazer o combate rigoroso aos crimes de violência sexual e destacamos a importância da denúncia, inclusive anônima, como instrumento fundamental para interromper ciclos de abuso e garantir que os autores sejam responsabilizados perante a Justiça”, afirmou o delegado Eduardo Patrício.