Após ser ouvida na delegacia, N.K.L.L., de 30 anos, que esfaqueou o marido, o barbeiro Virlandi Macena de Oliveira, de 29 anos, foi posta em liberdade nesta segunda-feira, 14. O homem foi morto com uma facada no peito.
Em entrevista à FolhaBV, o advogado de N.K.L.L., Gladson Roberto Laranjeira, explicou que a defesa alegou legítima defesa.
“Ele já tentou matar ela, e constam diversos registros de violência doméstica envolvendo o casal. A situação de ontem foi bem complicada. Se ela não tivesse se defendido, talvez ele estaria preso e ela morta numa hora dessas”, explicou o advogado.
Ainda conforme o advogado, no momento dos fatos, Virlandi estava embriagado e chegou em casa agressivo.
“Ela estava trabalhando quando chegou em casa em companhia dos filhos e da mãe. Virlandi chegou do bar em que estava e iniciou xingamentos contra N.K.L.L., que pediu para ele ir embora da residência, mas ele não saiu. Então, a mulher disse que iria sair, e Virlandi não deixou e começou as agressões. Ele jogou cadeiras contra ela, deu cabeçadas, pegou uma faca. Tudo isso foi na frente dos filhos e da mãe dela. No momento em que ele a empurrou, N.K.L.L. caiu e pegou uma faca. Foi quando ele foi em direção a ela, e como estava embriagado, cambaleou e acabou caindo sobre a faca”, contou.
O advogado contou ainda que “ontem ele chegou a dizer que seria ele ou ela, o que foi presenciado pela mãe de N.K.L.L. Não foi nem a intenção dela esfaquear ele; ela apenas pegou a faca para se defender”, acrescentou.
Segundo o advogado, familiares de Virlandi chegaram a ameaçar a mulher, que registrou um Boletim de Ocorrência e solicitou uma Medida Protetiva.
“Houve uma certa ameaça por parte dos familiares dele contra ela, e já registramos um Boletim de Ocorrência, solicitamos uma Medida Protetiva, e vamos aguardar o que o delegado vai decidir. É um momento de certa emoção de ter perdido um ente querido, ali podem ter falado da boca para fora, mas por via das dúvidas, tomamos essas providências”, explicou.
PRÓXIMAS MEDIDAS
A defesa vai aguardar o relatório final e se será encaminhado ao Ministério Público, se haverá denúncias contra N.K.L.L. e se a mulher irá a Júri Popular.
“Em meio a tantas tragédias em polos contrários que costumamos ver, como feminicídio, por exemplo, o caso de a mulher ter matado o próprio companheiro é algo inusitado. Já tivemos outros casos no Estado, mas fazia um bom tempo em que não víamos isso. Serve de alerta para os agressores.”
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