Fernando Takao Marisihiqui Filho, de 25 anos, em foto postada em seu Instagram, excluído após o acidente (Foto: Arquivo pessoal)
Fernando Takao Marisihiqui Filho, de 25 anos, em foto postada em seu Instagram, excluído após o acidente (Foto: Arquivo pessoal)

O Tribunal do Júri condenou, nessa quarta-feira (22), Fernando Takao Marishiqui Filho, 25, a 12 anos e 11 meses de reclusão, em regime fechado. Ele foi o motorista do Camaro que assassinou as jovens Ariane Real da Silva e Layse Sampaio Salomão no grave acidente ocorrido em 28 de outubro de 2023, no cruzamento da avenida Ville Roy com a rua Presidente Juscelino Kubitschek, no bairro Canarinho, zona Leste de Boa Vista.

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Takao foi considerado culpado por duplo homicídio e embriaguez ao volante, e teve o direito de dirigir suspenso por cinco anos.

O júri comprovou que, após consumir bebida alcoólica em um bar no bairro Caçari, Fernando Takao dirigiu em alta velocidade quando colidiu violentamente contra o carro Chevrolet Celta em que estavam as vítimas.

Logo após a ocorrência, o motorista tentou se desfazer de uma garrafa de bebida alcoólica. Ariane morreu ainda no local. Layse chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos e morreu horas depois no Hospital Geral de Roraima (HGR).

Para o promotor Paulo André Trindade, a condenação reforça a importância do enfrentamento aos crimes no trânsito.

“Neste júri tivemos a atuação conjunta de três promotores [Paulo André Trindade, Joaquim Eduardo dos Santos e André Felipe Bagatin] que lutaram para que o crime não ficasse impune”, afirmou.

O promotor Joaquim Eduardo dos Santos ressaltou que a atuação do Ministério Público (MPRR) também é uma forma de reafirmar a defesa da vida e de garantir justiça às vítimas e a seus familiares.

“Cada vida perdida representa uma dor irreparável para uma família. Para os filhos e familiares, a condenação não preenche o vazio, mas oferece uma forma de honrar a memória das vítimas que partiram e de reconhecer o profundo vazio de saudade que agora marca a vida de seus filhos e de toda a sua família”, destacou o promotor.

De acordo com promotor André Felipe Bagatin, a decisão do júri também tem um caráter preventivo e educativo.

“Essa conduta tem sido recorrente em Boa Vista, com muitos acidentes fatais. Hoje, a sociedade deu uma resposta exemplar. Esperamos que sirva de alerta para as pessoas que ainda se aventuram a ingerir bebida alcoólica e dirigir, porque nós agiremos com rigor contra os infratores. O trânsito em Roraima tem se mostrado cada vez mais violento, e condenações como esta ajudam a inibir esse tipo de comportamento”, concluiu o Promotor.