DESACATO

‘Médica de YouTube’: Policial é acusado de desacatar médica no HGR

Polícia Militar disse que segurança do governador atuou apenas como familiar em "situação emocional extrema e movido por orientação com o bem-estar de familiares”.

Pronto Socorro do Hospital Geral de Roraima (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)
Pronto Socorro do Hospital Geral de Roraima (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)

Um capitão da Polícia Militar (PMRR) é suspeito de abusar da autoridade de coordenador da segurança do governador Antonio Denarium (Progressistas) para acelerar o atendimento aos familiares no setor de trauma do Hospital Geral de Roraima (HGR).

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O caso aconteceu na madrugada dessa segunda-feira (2), quando M.F.F. acompanhava o irmão e a cunhada, vítimas de um acidente de trânsito. Profissionais do hospital o acusam de ter sido agressivo e de praticar desacato, ameaças e “carteirada” contra eles.

À PM, o capitão se defendeu ao dizer que precisou entrar no HGR para reivindicar atendimento aos familiares em razão da demora. Por mensagem, a Folha pediu posição individual do policial e aguarda retorno.

A PMRR disse não compactuar com qualquer “conduta abusiva” e explicou que o militar “não tentou exercer a função institucional no local, atuando unicamente como familiar em situação emocional extrema e movido por orientação com o bem-estar de familiares”.

Além disso, a corporação prometeu abrir procedimento interno para apurar o caso, com oitivas às partes envolvidas, incluindo a equipe médica, que poderá formalizar a versão dos acontecimentos junto à PM.

O que aconteceu

Uma das médicas relatou que, durante a confusão, o policial exigiu o nome da equipe de profissionais para denunciá-la a Antonio Denarium e que fez filmagens em locais proibidos do hospital.

Além disso, ele teria chamado a profissional de “medicazinha”, “médica de YouTube” e “incompetente”, além de colocar a mão sobre o ombro dela e falar em tom agressivo e de ameaça.

Um médico tentou acalmá-lo, mas o policial reagiu apontando o dedo para seu rosto, dizendo que era capitão da PM e trabalhava para o governador, dando “carteirada”.

O profissional, então, disse ter tentado explicar que o irmão do oficial já havia feito exames, tomado medicação e que estavam esperando o maqueiro voltar para levá-lo ao ortopedista, porque pacientes mais graves precisavam desse atendimento naquele momento.

Um enfermeiro relatou que o capitão da PM estava extremamente agressivo e autoritário, menosprezando a equipe, ameaçando de denunciá-la “para cima” e dizia que tinha que “dar carteirada mesmo” porque só assim que as coisas funcionariam.

Uma enfermeira e uma técnica de enfermagem confirmaram os tons de agressividade e ameaça por parte do policial, assim como um maqueiro, que prometeu denunciá-lo à PM.

Perfil Lucas Luckezie
Lucas Luckezie

Jornalista

Formado pela UFRR. Iniciou a carreira em 2013 na Folha, onde está em sua 2ª passagem. Já trabalhou na Câmara de Boa Vista e na afiliada da TV Globo (Rede Amazônica), além de ter colaborado com SporTV, Globo e CNN Brasil. Tem experiência multimídia como repórter, apresentador, editor-chefe e assessor.

Formado pela UFRR. Iniciou a carreira em 2013 na Folha, onde está em sua 2ª passagem. Já trabalhou na Câmara de Boa Vista e na afiliada da TV Globo (Rede Amazônica), além de ter colaborado com SporTV, Globo e CNN Brasil. Tem experiência multimídia como repórter, apresentador, editor-chefe e assessor.

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