Um conflito envolvendo o major da reserva da Polícia Militar de Roraima, Edson Lopes Silva, terminou com três disparos de arma de fogo contra uma pá carregadeira e agressões verbais. O caso aconteceu na tarde do domingo, 8 de junho, em uma área de terrenos que está sendo preparado para loteamento, no bairro Alvorada.
De acordo com o boletim de ocorrência registrado pela vítima, identificada como K.F.F., ele estava trabalhando na limpeza do terreno com uma máquina pá carregadeira quando foi abordado pelo militar da reserva. Segundo o relato, o major Edson se apresentou como proprietário de uma área vizinha e exigiu que K.F.F. parasse de depositar o material no local, alegando que se tratava de uma rua.
Ainda conforme o relato, a vítima tentou dialogar, explicando que aguardava a chegada de uma caçamba para remover o material. No entanto, o militar se exaltou e ameaçou: “Tu não vai tirar? Tu vai ver que eu vou fazer tu tirar o material agora!”.
Veja vídeo:
O major então se dirigiu até sua residência e, logo depois, voltou ao local de carro, já bastante alterado. Ele tentou obter informações sobre o proprietário do terreno, que não estava presente, e exigiu que K.F.F. fornecesse o número de telefone dele, o que foi recusado.
Diante do aumento da tensão, o trabalhador pediu que seu sobrinho, um adolescente de 11 anos, começasse a filmar a situação com um celular, temendo que a situação evoluísse. Pouco depois, segundo o boletim, Edson empurrou o menino e, em seguida, sacou uma arma de fogo, efetuando três disparos contra a pá carregadeira. Um dos projéteis ficou alojado na estrutura da máquina.
Nas imagens é possível ver o momento em que o major percebe que está sendo filmado. Ele se aproxima do adolescente, tenta tomar o celular. Segundo K.F.F, o major teria desferido um tapa na criança. K.F.F, então, interveio para proteger o sobrinho.
Após o ocorrido, K.F.F. acionou a Polícia Militar pelo 190.
A vítima informou ainda que o episódio foi gravado por várias pessoas e manifestou preocupação com a possibilidade de sofrer novas ameaças ou até agressões, caso precise retornar ao local para concluir o serviço.
A reportagem entrou em contato com o major que optou por não se manifestar. O espaço segue aberto.
O caso foi registrado e está sendo investigado pela Polícia Civil.