O juiz federal Victor Oliveira de Queiroz converteu em preventiva a prisão de Bruno Mendes de Jesus, detido nessa segunda-feira (4) com 103,35 quilos de ouro escondidos em um fundo falso no painel de uma caminhonete. A decisão foi tomada durante audiência de custódia realizada nesta terça, em Boa Vista.
O suspeito foi preso pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante abordagem na Ponte dos Macuxi, quando trafegava em uma Hilux com a esposa e o filho de nove meses. Os policiais desconfiaram do nervosismo do motorista e encontraram marcas de manipulação no painel do veículo.
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Diante das suspeitas, o carro foi levado à sede da PRF. Lá, com o uso de ferramentas adequadas, os agentes localizaram o fundo falso onde estavam acondicionadas 145 barras grandes e 60 pequenas de ouro.
O magistrado do caso considerou a apreensão como “a maior nos últimos dois anos em Roraima”, com valor estimado em R$ 60 milhões.
Para ele, a situação aponta risco à ordem pública e possíveis ligações com crimes como lavagem de capitais e organização criminosa, o que justifica a manutenção da prisão.
“O transporte dessa quantidade de minério extrapola a incriminação decorrente da Lei 8.176/91”, afirmou o Victor Oliveira, ao destacar ainda a ausência de colaboração de Bruno, que preferiu ficar em silêncio sobre a origem e o destino do ouro.
A defesa pediu liberdade com medidas cautelares, mas o pedido foi negado. O juiz também autorizou o acesso aos dados do celular apreendido com o investigado, para ajudar nas investigações.