Polícia

Justiça decreta prisão de motorista de aplicativo que atirou em PM

O suspeito já havia se apresentado à Polícia Civil durante a madrugada acompanhado de um advogado, sendo liberado depois de ser ouvido

Nem sempre os autores de crime conseguem sucesso em suas ações. Na tarde desse domingo, dia 29, o motorista de aplicativo J. M.L. da S., de 23 anos, foi preso pela Polícia Militar em cumprimento de Mandado de Prisão Preventiva. De acordo com as informações da polícia, o suspeito teria atirado contra um policial ao resistir à abordagem, atingindo a mão do agente de segurança do Estado.

A prisão aconteceu por volta das 16h30 no bairro Raiar do Sol. Além disso, o suspeito já havia se apresentado à Polícia Civil na madrugada de domingo, acompanhado de um advogado, e depois de ser ouvido foi liberado pela autoridade policial.

A PM acusou o rapaz de ter participado de vários assaltos durante a manhã do sábado, dia 28, com ajuda de comparsas e usado um veículo Fiat/Palio, cor preta, no cometimento dos crimes. Uma das ocorrências foi registrada por uma câmera de segurança. A vítima estava numa moto, em frente sua residência, no bairro Pintolândia, e enquanto se preparava para sair em sua motocicleta o veículo conduzido por J. M. se aproxima e dois elementos descem com arma em punho e tomam o aparelho celular do homem, que não reage.

As guarnições dos militares que estavam de plantão naquele dia tomaram conhecimento dos roubos e iniciaram diligências em busca do veículo com as características descritas e conseguiram avistar o automóvel pelas ruas da cidade, momento em que se iniciou uma perseguição. A guarnição acionou os sinais sonoros e luminosos, mas o elemento empreendeu fuga. Em determinado momento, durante o acompanhamento, o motorista perdeu o controle da direção e colidiu no muro de uma residência.

Sem desistir de fugir, os sujeitos correm e continuam tentando escapar da guarnição. Um dos soldados segue o motorista e no momento da abordagem o suspeito conseguiu tomar a arma do PM e atirar em sua mão. Testemunhas contaram que enquanto o militar estava no chão, o indivíduo tentou atirar novamente, mas por algum motivo, a arma não disparou.

Com a arma da vítima em sua posse, ele fugiu e alguns metros à frente rendeu o proprietário de uma caminhonete Chevrolet/S-10 que foi abandonada algumas horas depois e restituída ao proprietário. Durante a perícia no automóvel, dois celulares que supostamente seriam de outras vítimas de assalto foram encontrados, assim como uma carteira porta-cédulas contendo alguns documentos.

O policial ferido recebeu assistência de outros colegas de farda e foi levado ao Pronto Socorro Francisco Elesbão, no HGR (Hospital Geral de Roraima), onde recebeu atendimento médico especializado, e apesar do susto não corre risco de morrer em consequência do ferimento. O caso causou grande repercussão e deixou a população sobressaltada e indignada com a conduta dos elementos, especialmente do motorista suspeito.

O jovem trabalhava como motorista de Uber e não teria sido bem avaliado pelos usuários do aplicativo, mantendo uma nota 4,6. Ele também foi reconhecido por algumas pessoas como ganhador de um carro no título de capitalização Roraicap. (J.B)

Polícia Civil justifica liberação

Na tarde de ontem, 29, a Polícia Civil se manifestou por meio de nota de esclarecimento, na qual informou que o jovem se apresentou espontaneamente, acompanhado de um advogado, foi interrogado pela autoridade policial, entregou a arma do policial militar e teria confessado que travou uma luta corporal com o PM, roubado a arma e um veículo para praticar outros crimes.

Diante dos fatos, o indivíduo foi liberado e a autoridade policial representou pela prisão preventiva que foi deferida pela Justiça.

A Polícia Civil ainda reforçou que, com apoio dos agentes do Batalhão de Choque da Polícia Militar cumpriram o mandado de prisão na tarde deste domingo e depois de realizados os procedimentos de praxe, J. M. ficará à disposição da Justiça, no sistema prisional do Estado.

Por fim, a polícia solicitou que qualquer testemunha ou vítima que reconheça o infrator e seus possíveis comparsas que procure a delegacia com o intuito de elucidar o caso. (J.B)

Justiça considerou materialidade do crime

A juíza Joana Sarmento de Matos, após receber o pedido de prisão preventiva que partiu da autoridade policial, manifestou-se favorável à representação, afirmando que há materialidade e indícios de autoria, justificando que o policial militar foi atacado no exercício de suas funções.

A magistrada ainda pontuou que Boa Vista é uma cidade tranquila e até bem pouco tempo não se vislumbrava crimes desta natureza contra a PM, que vem sendo atacada diuturnamente, sendo que este foi o segundo caso que ela recebeu durante o seu plantão, cuja vítima foi policial militar.

A juíza ainda ressaltou que o fato de o jovem ter se apresentado na Delegacia de forma espontânea não inibe a medida de prisão. Além do mais, J.M. cumpriu pena até abril deste ano, o que se torna um agravante. Para não comprometer a futura aplicação da lei, a magistrada também decidiu pela preventiva, uma vez que também é preciso impedir que ele reincida em outras práticas criminosas. (J.B)