Polícia

Jovem é assassinada a facadas

Testemunha contou que ‘ficava’ com a jovem há três semanas e, ao ser abordada ao lado da vítima, fugiu correndo

A Polícia Militar recebeu uma denúncia para averiguar uma ocorrência de assalto e, assim que chegou ao endereço, por volta das 22h20 do domingo, dia 9, encontrou a jovem Tainara Sousa Aragão da Paz, de 23 anos, com diversas perfurações de arma branca. O corpo estava no sofá do apartamento onde ela morava, localizado na Travessa São José, bairro São Bento, zona oeste de Boa Vista.

Segundo os policiais militares, o suposto namorado da vítima, também de 23 anos, foi quem deu as informações preliminares que levaram a guarnição ao local do crime. O rapaz disse que estavam em frente ao apartamento de Tainara quando o casal foi abordado por dois desconhecidos, um deles portando uma arma de fogo e perguntaram se ele era membro de facção criminosa, momento em que negou e fugiu, temendo morrer.

Somente Tainara ficou na mira dos dois criminosos. Durante a fuga, o namorado disse que ainda chegou a conversar com a vítima por celular. Diante do relato, a equipe policial foi ao endereço e assim que chegou encontrou a porta aberta, onde já tinham vestígios de sangue na entrada e viram que a jovem estava desacordada, sentada num sofá da sala, com diversas marcas de facada e com o corpo lavado de sangue.  

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamado para atender a ocorrência e constatou o óbito. Uma equipe da Perícia Criminal também chegou ao local e realizou os procedimentos técnicos. Ao fim dos trabalhos, o corpo foi removido pelo rabecão do Instituto de Medicina Legal (IML).

Na manhã de ontem, dia 10, o corpo foi liberado aos familiares depois que o exame cadavérico foi realizado. O Relatório da Ocorrência (ROP) elaborado pela PM foi entregue na Central de Flagrantes do 5o DP, mas teve que ser encaminhado para a Delegacia-Geral de Homicídios (DGH). Até o fim da tarde de ontem, dia 10, a Polícia ainda não tinha divulgado qualquer resultado das diligências, como a definição da autoria e a motivação do feminicídio.

DEPOIMENTO – O jovem que se apresentou como testemunha foi conduzido à Central de Flagrantes do 5o DP para prestar esclarecimentos à autoridade policial. Ele contou na Delegacia que estava “ficando” com Tainara há três semanas e que, enquanto conversavam, dois indivíduos saíram de dentro de uma casa abandonada que fica em frente ao apartamento da vítima.

O rapaz também contou que, devido à insistência da dupla para saber se ele era membro de facção, decidiu correr para o quintal do apartamento de Tainara e não foi seguido por nenhum dos elementos. Ele pulou o muro dos fundos e disse que seguiu pulando os muros de várias residências para não ser encontrado pelos bandidos. 

Em determinando momento, ele afirma ter recebido uma ligação da vítima dizendo: “Não vem, não. Eles estão aqui ainda. Eles feriram meu rosto”, foi quando ouviu um barulho que parecia disparo de arma de fogo e o celular da jovem foi desligado.

Durante as três semanas em que estava se relacionando com a vítima, o jovem disse que em nenhum momento ela informou ser membro de facção ou que estava sendo ameaçada por ex-namorado ou ex-companheiro. Ele contou que Tainara deixa duas filhas que vivem com a mãe dela. 

Ele relatou também que chegou da região do garimpo do Uraricoera há pouco menos de um mês e que não era namorado da vítima, apenas “ficavam” e não era nada sério. Por fim, disse que já foi preso por porte de arma, há dois anos, mas foi solto em audiência de custódia para responder em liberdade. (J.B)

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