Polícia

Internos fogem de prédio provisório

Adolescentes em conflito com a lei estão internados no Centro de Ensino e Instruções do Corpo de Bombeiros, no 31 de Março

Todo o temor dos agentes que atuam na unidade provisória do Centro Socioeducativo Homero de Souza Cruz Filho, no Centro de Ensino e Instruções do Corpo de Bombeiros, localizado no bairro 31 de Março, zona Norte de Boa Vista, se concretizou na madrugada de ontem, dia 29, quando dez internos conseguiram fugir do local, depois de arrombarem a porta.

A ação dos menores infratores aconteceu por volta das 4h. Dos 14 adolescentes que estavam internados, dez conseguiram forçar a porta até que fosse arrombada, o que facilitou a saída das dependências do estabelecimento de detenção. Um agente conseguiu ver o momento da fuga e acionou a Polícia Militar (PM), que ainda tentou impedir que os adolescentes deixassem o prédio, inclusive disparando tiros com balas de borracha, no entanto, não obteve sucesso na tentativa. 

Um dos agentes classificou o momento da fuga como um “caos” porque a população que vive no entorno do prédio acordou ao ouvir os tiros e ficou sobressaltada, indo para a rua, para saber o que acontecia.

“São integrantes de uma facção criminosa e nós temos mais quatro que estão em proteção, por isso não fugiram, porque estão separados dos outros 10. Os órgãos que tratam da questão dos menores e a direção já sabiam que o local não é adequado, além da quantidade de agentes não ser o suficiente. É uma unidade masculina, então não poderia ter mulher fazendo esse trabalho. No plantão da madrugada tinha um homem e duas mulheres, quando o ideal seria no mínimo quatro homens”, explicou um agente socioeducador.

Outro fato que pode ser perigoso, segundo os agentes é o fato de os adolescentes serem levados do dormitório, com porta de compensado, até um banheiro que fica a 100 metros de distância. “Ele deveria ser escoltado pela PM para fazer esse serviço, mas apenas um homem e duas mulheres estavam nessa atividade. A porta que dava acesso ao dormitório tinha uma brecha de quatro dedos na parte de baixo”, acrescentou.

A sugestão do agente é que os menores estivessem num ambiente totalmente seguro, por serem membros de facção. “As janelas da sala da antiga escola têm grade pelo lado de fora, mas a porta não tem nenhuma segurança. Eles tinham que ir para uma delegacia, por exemplo. O artigo 184 do ECA [Estatuto da Criança e do Adolescente], parágrafo dois, diz que eles poderiam ficar numa delegacia”, disse o agente. 

GOVERNO – A Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc) informou que todos os adolescentes custodiados na Escola 31 de Março que se evadiram do local, foram recapturados por unidades da Polícia Militar que fizeram o acompanhamento tático desde o momento em que os menores deixaram o local. Os infratores foram levados para a Delegacia de Defesa da Infância e Juventude (DDIJ), para prestar esclarecimentos no inquérito instaurado para apurar o caso. (J.B)

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