Polícia

Indígena de comunidade distante de UBSI atacada contesta autoria do crime

Ibama nega acusações de que ações de fiscalização teriam resultado no incêndio e Polícia Federal diz não ter participado de atividades na Terra Indígena Yanomami nesta semana

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Um garimpeiro gravou vídeo com indígenas para contestar a versão divulgada pela Urihi Associação Yanomami de que garimpeiros teriam ateado fogo na Unidade Básica de Saúde Indígena (UBSI) da região de Homoxi, na Terra Yanomami, em Roraima.

O vídeo mostra nove indígenas – três deles armados. Há duas crianças nas imagens. O garimpeiro, que não se identifica, tampouco aparece nas imagens, sugere no vídeo que o grupo teria testemunhado o crime e pede para o grupo falar bem dos invasores do território indígena.

O indígena que interage com o garimpeiro é Edmilson Yanomami, da comunidade Okomu, onde atuava como professor. Para chegar a Homoxi, o grupo teria que andar dois dias, explicou Junior Hekurari Yanomami, presidente da Urihi Associação Yanomami, que denunciou o incêndio. “Não sei como ele chegou lá”, disse.

Edmilson Yanomami relata na filmagem que policiais (que seriam da Polícia Federal ou fiscais do Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis) teriam ateado fogo na UBSI. “Polícia que fez errado, esse nosso posto da saúde que tocou fogo, agora pra nós yanomami, fica complicado porque queimou o nosso posto da saúde, polícia que veio aqui e que fez errado”, disse.

Procurado, o Ibama alegou que as denúncias são falsas e disse repudiar “qualquer ato ou ataque contra seus servidores, que atuam estritamente dentro dos limites legais, em operações conjuntas de combate aos crimes ambientais”. Por sua vez, a PF disse não ter participado de atividades na Terra Indígena Yanomami nesta semana.

A UBSI está fechada desde setembro de 2021, pois profissionais de saúde estariam sofrendo ameaças de garimpeiros da região. Segundo a Urihi, 700 yanomami estão sem atendimento. Em março deste ano, um vídeo enviado à Folha mostrava o pedido de indígenas pelo retorno da saúde na localidade.

Em decisões judiciais solicitadas pelo MPF (Ministério Público Federal), o governo federal foi obrigado a promover operações na região para combater crimes ambientais na Terra Yanomami.

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