A Polícia Civil de Roraima por meio do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa e do Núcleo de Investigação de Pessoas Desaparecidas, conseguiu identificar o corpo de um homem vítima de acidente de trânsito, ocorrido no dia 29 de março deste ano, na RR-205, bairro Murilo Teixeira, zona Oeste de Boa Vista. Trata-se do idoso Jurandir Olegário da Silva, de 70 anos. O corpo, que permaneceu no IML (Instituto Médico Legal) como não identificado por mais de dois meses, foi reconhecido após minuciosa investigação policial e foi liberado neste domingo, dia 08, para sepultamento.
De acordo com informações prestadas pela diretora do DHPP, delegada Miriam Di Manso, no dia do acidente, a vítima foi encontrada já sem vida, após colisão entre um carro e uma bicicleta. Como não portava documentos, foi conduzida ao IML como pessoa não identificada. A Polícia Militar atendeu a ocorrência e o local foi periciado. A bicicleta foi entregue na delegacia, mas nenhum familiar compareceu ou foi localizado na ocasião. A vítima também não tinha registro de Carteira de Identidade em Roraima.
Para esclarecer o acidente, foi instaurado Inquérito Policial na DAT (Delegacia de Acidente de Trânsito). O trabalho investigativo pelo Núcleo de Pessoas Desaparecidas teve início após o registro de um boletim de ocorrência de desaparecimento, no dia 4 de abril. A partir daí, o Núcleo de Investigação de Pessoas Desaparecidas passou a levantar informações sobre o paradeiro do homem, cruzando dados com registros de óbitos sem identificação.
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“Identificamos semelhanças com a vítima de um acidente ocorrido dias antes do registro do desaparecimento. A partir dessa hipótese, iniciamos contato com os familiares e conseguimos localizar uma das filhas, que reconheceu o pai por meio de imagens disponíveis no IML”, explicou a delegada.
Como a vítima não possuía documentação registrada em Roraima, a Polícia Civil entrou em contato com a Polícia Civil do Distrito Federal, onde havia registro de sua carteira de identidade. Os documentos foram enviados digitalmente e repassados ao Instituto de Medicina Legal. Com base nesse material, foi realizado o confronto papiloscópico das digitais, pela equipe do IIOC (Instituto de Identificação Odílio Cruz), confirmando que se tratava da mesma pessoa.
A delegada destacou a importância da investigação e do registro de boletins de ocorrência para auxiliar na elucidação de casos semelhantes.
“Se não houvesse a comunicação formal do desaparecimento e o esforço da nossa equipe de investigação, esse homem poderia ter sido enterrado como indigente. Isso mostra o quanto é essencial que as famílias busquem a Polícia Civil sempre que um ente querido estiver desaparecido. Mesmo quando há pouco contato ou vínculo familiar, a busca por respostas é um direito da família e um dever nosso enquanto instituição”, declarou.
A vítima, que morava sozinha e mantinha pouco contato com os filhos, havia sido dada como desaparecida por um primo, que comunicou a situação à família. Após a confirmação oficial da identidade, o corpo foi finalmente liberado neste domingo para os familiares realizarem o sepultamento.
“É importante destacar todo o empenho da equipe do Núcleo de Pessoas Desaparecidas, que investigou, rastreou pistas, buscou apoio de outras instituições, para poder, assim, esclarecer mais este caso de pessoa dada como desaparecida. O Núcleo de Investigação de Pessoas Desaparecidas segue atuando de forma dedicada na localização de pessoas e na identificação de corpos não reconhecidos, buscando sempre garantir verdade, respeito e dignidade às famílias”, disse.