V.M.S., foi preso nesssa quinta-feira (18), pela Pol[icia Civil de Roraima. (Foto: Divulgação)
V.M.S., foi preso nesssa quinta-feira (18), pela Pol[icia Civil de Roraima. (Foto: Divulgação)

V.M.S., marido de Maria das Graças Costa Lima, de 38 anos, detalhou à polícia a dinâmica do crime e afirmou que, após matar a mulher, utilizou o celular e as redes sociais da vítima para simular que ela ainda estava viva, numa tentativa de enganar familiares e atrasar as investigações.

De acordo com a Polícia Civil de Roraima, o crime ocorreu no dia 1º de dezembro, na residência do casal, no município de São João da Baliza, após uma discussão motivada por ciúmes.

Segundo o relato prestado durante o interrogatório, após o crime, o corpo de Maria das Graças permaneceu oculto dentro da residência. O homem afirmou que manteve a rotina doméstica normalmente ao longo da manhã e realizou a limpeza do quarto com o objetivo de eliminar vestígios.

Ainda conforme o depoimento, por volta das 11h do dia 1º de dezembro, ele retirou o corpo da residência utilizando uma carrocinha pertencente a um familiar, cobrindo-o para evitar visualização. Em seguida, transportou o corpo até a área do lixão do município de Caroebe.

O suspeito declarou que, no local, tentou atear fogo ao corpo numa tentativa de dificultar a identificação da vítima e a apuração dos fatos. Ele também afirmou que queimou o celular da vítima junto com o corpo.

Segundo a Polícia Civil, entre os dias 30 de novembro e 1º de dezembro, o investigado utilizou o telefone e as redes sociais de Maria das Graças para enviar mensagens e imagens a familiares, criando a falsa impressão de que ela estaria viva. A estratégia levantou suspeitas após mudanças no padrão de comunicação, como a recusa em atender chamadas de voz e vídeo.

As investigações apontaram ainda que, dias antes de desaparecer, Maria das Graças havia registrado em vídeo agressões sofridas no relacionamento, material que passou a integrar o inquérito e reforçou a linha investigativa desde o início.

Após a prisão preventiva, o suspeito indicou à polícia o local onde havia descartado o corpo. Por volta das 18h dessa quinta-feira (18), equipes policiais localizaram o corpo no lixão de Caroebe. A remoção foi realizada pelo Instituto de Medicina Legal (IML), do Núcleo de Perícia Forense Regional Sul.

O delegado Bruno Gabriel Bezerra Costa afirmou que a prisão foi decisiva para o esclarecimento do caso.

“A prisão preventiva foi fundamental para o avanço das investigações. A partir dela, conseguimos a confissão do autor e a localização do corpo, encerrando um mistério que causava angústia à família e à sociedade”.

Em outra declaração, o delegado destacou a crueldade e a frieza do crime.

“Trata-se de um crime extremamente cruel e perverso. O investigado matou a ex-companheira, ocultou o corpo dentro da própria residência e, de forma fria, continuou vivendo normalmente, simulando uma rotina comum, inclusive utilizando o celular da vítima para fingir que ela estava viva”, afirmou.

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O investigado permanece preso e deve responder por feminicídio, além de outros crimes relacionados à ocultação de cadáver. O inquérito policial segue em fase de conclusão.