O frentista Fabrício da Silva Monteiro, de 27 anos, foi agredido na frente dos dois filhos por um sargento da Polícia Militar (PMRR), no município de Iracema.
As agressões ocorreram no sábado, 14, mas o caso só veio à tona nesta semana, após um vídeo circular nas redes sociais.
Em entrevista à Folha BV, Fabrício relatou que estava acompanhado do filho, de 4 anos, que é autista, da filha, de 9 anos, e da namorada, quando foi abordado pela guarnição.
No vídeo, é possível ver o momento em que policial desfere um tapa nas costas de Fabrício e manda ele calar a boca.
“Eu falei para eles tomarem cuidado com aquelas armas, pois os meus filhos estavam dentro do carro. O meu filho, que é autista, tem pavor de arma e a minha preocupação era ele se desesperar com aquela situação”, disse Fabrício.
Após desferir o tapa, o PM pergunta se Fabrício quer ensiná-lo a trabalhar, manda ele novamente calar a boca e diz que o frentista é folgado.
“Depois que ele me bateu, eu perguntei porque estava fazendo aquilo. Eu disse que iria denunciar as agressões, pois não estava fazendo nada de errado, foi quando ele começou a me empurrar para dentro do meu carro e começou a xingar”, contou.
No momento da abordagem, os filhos e a namorada de Fabrício permaneceram dentro do carro. “As crianças ficaram assustadas e chorando muito com tudo o que estava acontecendo”, ressaltou.
Após o ocorrido, Fabrício foi até a Delegacia de Polícia do município e registrou um Boletim de Ocorrência. Além disso, ele realizou um exame corpo de delito, onde foram constatadas as agressões físicas.
Fabrício informou, ainda, que foi até a Corregedoria da Polícia Militar e nesta quinta-feira, 19, vai até o Ministério Público oficializar a denúncia.
“Depois que eu fui na Delegacia, os policiais vieram atrás de mim para não seguir com a denúncia, mas vou prosseguir, pois o que fizeram comigo foi uma violência enorme ainda mais que foi na frente dos meus filhos, que até hoje estão assustados”, finalizou.
Outro lado
Em nota, a Polícia Militar (PMRR) informou que buscará apurar com legalidade, rapidez e transparência os registros.
“Após a devida apuração do caso, garantindo aos envolvidos a ampla defesa e o contraditório, caso comprovado o excesso na atuação dos policiais, eles serão responsabilizados. A Polícia Militar não difunde, orienta e tampouco adota procedimentos que ensejam em abusos ou excessos nos protocolos de atuação”.
Por fim, a PMRR informou que repudia todo e qualquer ato de violência, assim como condutas ilícitas que transgridam os preceitos da ordem, da disciplina e da moral características da profissão de policial militar.