Polícia

Fisioterapeuta agredida por médico agradece apoio e diz repudiar violência

Profissional e equipe dizem repudiar “todo e qualquer ato de violência contra a mulher” e informaram a adoção de “todas as medidas administrativas e judiciais” para o caso

A fisioterapeuta Carol Queiroz, de 35 anos, divulgou nota em que agradece as mensagens e manifestações de apoio recebidas após a repercussão do episódio em que foi arrastada pela rua pelo esposo, o médico neurocirurgião Fabrício Freitas, 44. Ele está preso na Pamc (Penitenciária Agrícola de Monte Cristo), em Boa Vista.

“Agradecemos todas as mensagens e manifestações de apoio desde o acontecido. Ela se encontra entre os seus, recebendo todo amor, zelo, cuidados médicos e psicológicos necessários neste momento de tanta fragilidade”, disse, em nota conjunta com sua equipe.

A fisioterapeuta e a equipe dizem repudiar “todo e qualquer ato de violência contra a mulher” e informaram a adoção de “todas as medidas administrativas e judiciais” para o caso. Além disso, anunciaram que a agenda profissional está suspensa e pediram a compreensão da clientela. “É preciso coragem e muita fé para enfrentar tempos tão difíceis. Nenhuma mulher deve se calar!”, finaliza a nota.

Repercussão

O episódio de violência chocou a sociedade roraimense, principalmente as mulheres, que reagiram ao fato em uma campanha nas redes sociais, denominada “Afasta de nós esse cale-se #carolestamoscomvoce”, em que pedem o fim da violência contra a mulher.

A frase é como uma adaptação da declaração de Jesus na Bíblia Sagrada. Mas para essa ocasião, é usado o verbo “cale-se” no imperativo, o que seria um parônimo do “cálice” dito pelo mestre cristão. Referência parecida também foi feita pelo cantor e compositor Chico Buarque na canção “Cálice”, que se tornou um hino contra a ditadura militar no Brasil.

A OAB-RR (Ordem dos Advogados do Brasil em Roraima), por meio da Comissão da Mulher Advogada, manifestou solidariedade à fisioterapeuta, definiu a agressão como “inaceitável” e “inadmissível”, e defendeu medidas de conscientização e enfrentamento para “estancar este mal social”.

“É inaceitável que fatos como este, que evidenciam a misoginia, ocorram em plena campanha nacional de ‘21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher’, realizada em todo o país pelas CMA’S [Comissões da Mulher Advogada]”, disse, em nota.