Para esclarecer e identificar os responsáveis pela morte do policial rodoviário federal, Ivo Seixas Rodrigues, ocorrida há duas semanas em Boa Vista, e também desarticular uma organização criminosa de tráfico interestadual de drogas que atua no Estado, a Polícia Federal (PF) executou em Boa Vista e Mucajaí, a ‘Operação Farsa’. Os trabalhos se iniciaram às 6h de sábado, 21.
Foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão e seis de prisão temporária, ambos expedidos pela Justiça de Roraima. Dentre as prisões, foram identificados três agentes da Polícia Civil e um delegado, os quais segundo a PF fizeram parte da operação desencadeada no dia 7 deste mês, que resultou na morte de Ivo Rodrigues. Os nomes dos presos não foram divulgados pela Polícia Federal, alegando que a investigação está sob sigilo.
Em coletiva concedida na manhã de sábado, a Polícia Federal afirmou que o policial rodoviário não tinha envolvimento com o tráfico de drogas e estaria em Boa Vista por motivos particulares. A Superintendente regional da PF, Rosilene Santiago, disse que: “ele veio à cidade pedir a namorada em casamento, o que chegou a fazer de fato. Durante a investigação, não foi encontrado qualquer indício da participação criminosa do servidor federal. Ele estava no local errado e na hora errada, e não reagiu a abordagem e isso está bem esclarecido pela investigação. Entretanto, a Polícia continuará a apuração para saber todos os detalhes sobre este homicídio”, reafirmou.
Rodrigues era membro da PRF do Amazonas e foi baleado em um hotel no Centro de Boa Vista durante ação da Polícia Civil de Roraima. De acordo com a Civil, o agente reagiu à abordagem que investigava o tráfico interestadual de drogas no estado.
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Na ocasião, um jovem de 23 anos foi preso com 19 Kg de drogas na região da Praça do Mirandinha, no bairro Caçari. Segundo a Polícia Civil, o suspeito informou aos agentes que a droga seria levada para Manaus (AM) e o comparsa estava hospedado em um hotel no Centro de Boa Vista, o mesmo onde estava o policial rodoviário federal. Esse comparsa [que estaria hospedado no mesmo hotel do PRF] foi preso também no sábado em Armação dos Búzios, no Rio de Janeiro (RJ).
A PF disse ainda que a investigação iniciou após a Polícia Civil divulgar Nota Oficial informando o envolvimento do PRF no crime de tráfico interestadual de drogas. Ivo Seixas foi morto durante abordagem dos policiais civis que entraram no quarto onde o PRF estava hospedado na capital. “O crime teria indícios de flagrante forjado, com simulação e manipulação de provas, lavrado no 3º Distrito Policial em Boa Vista entre os dias 7 e 8 de abril, além do envolvimento de nove investigados, entre eles, cinco policiais civis”, detalhou a PF.
Os suspeitos presos pela Operação Farsa são investigados pelos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico, organização criminosa, obstrução de justiça, tortura, fraude processual e homicídio, sem que aparecesse qualquer indício da participação criminosa do servidor federal.
