Polícia

Família cobra investigação sobre caso de suposto suicídio de jovem

Apesar de testemunhas afirmarem à polícia que marido da vítima não disparou os tiros, família da jovem não acredita nessa versão

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A jovem Ednayra Lavor de Souza, 18 anos, morreu depois de ter sido levada à Policlínica Cosme e Silva, no bairro Pintolândia, zona Oeste, na tarde da quarta-feira, 25, com um tiro no peito. O caso aconteceu em um apartamento de condomínio localizado na Rua N-09, no bairro Senador Hélio Campos, também na zona Oeste.

A família da vítima não acredita que ela tenha cometido um suicídio e pede investigação. Vizinhos relataram que o companheiro da jovem era agressivo e que a arma pertenceria a ele. Mas testemunhas contaram à polícia que o homem não foi o responsável pelos disparos. O caso será investigado pela Delegacia-Geral de Homicídios (DGH).

O pai da vítima procurou a Central de Flagrantes do 5º Distrito Policial para informar que recebeu um telefonema do genro, às 16h20, pedindo que fosse à casa dele, uma vez que a filha estaria querendo se matar.

Como estava ocupado, o pai pediu que o companheiro da filha tentasse acalmá-la até sua ida ao local, o que só ocorreu após as 17h. Assim que chegou ao condomínio, ele foi avisado pelos vizinhos que a jovem teria morrido com um tiro no peito, em um suposto caso de suicídio.

Alguns vizinhos disseram que ouviram ao menos dois disparos e que, em seguida, o companheiro levou a vítima até a Policlínica. Pouco tempo depois de chegar ao hospital, o pai ficou sabendo da morte da filha. Ele disse que não acredita na hipótese de suicídio e pede providências. Ainda segundo o familiar, o casal estava vivendo junto há apenas dois meses, mas Ednayra já havia reclamado que viviam em constante discussão e que a vizinhança ainda chegou a declarar que a arma de fogo pertenceria ao companheiro da jovem.

A Polícia Militar (PM), que atendeu a ocorrência, relatou que foi acionada via Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops) para a situação de uma vítima de disparo de arma de fogo, internada no Policlínica Cosme e Silva. Assim que chegaram, foram informados sobre os fatos.

Em conversa com um PM que faz a segurança no hospital, a guarnição descobriu que a arma já estava em posse da polícia, que o próprio companheiro a entregou. Quando questionado sobre o ocorrido, o homem disse que havia discutido com a mulher por volta das 11h, mas que ela saiu de casa e só retornou à tarde dizendo que iria se matar.

O companheiro contou que, no momento em que ouviu os disparos, estava em frente à residência conversando com três pessoas. Diante do relato, os policiais foram até o local. Chegando lá, as pessoas com quem o homem disse estar conversando confirmaram a versão para os policiais. A perícia foi acionada pela PM. Enquanto estavam realizando as diligências, a PM descobriu que a jovem teria morrido em decorrência de uma perfuração no tórax.   

Entre o material apreendido em posse do companheiro da vítima estava a quantia de R$ 924, no entanto, a perícia encontrou no apartamento onde ocorreu o suposto suicídio três cadernos contendo anotações de telefones e possível compra de uma arma e de drogas, um projétil recolhido dentro do imóvel e um revólver calibre 32, da marca Taurus.

VERSÃO – Em depoimento, o homem que vivia com a vítima disse que, no dia do fato, encontrou mensagens de outro indivíduo no celular de Ednayra. Na ocasião, ela teria pedido o celular de volta, mas ele não devolveu. O homem afirma que ligou para a mãe da jovem para informar que se separariam, inclusive, pediu que ela fosse conversar com a filha e com ele, na residência. A família da vítima chegou a ir até o apartamento para levá-la embora, mas ela não quis ir naquele momento, saindo do condomínio pouco tempo depois sem dizer para onde iria, retornando 40 minutos depois dizendo que iria se matar.

O homem ainda contou que, apesar da ameaça da vítima, continuou sentado na carroceria de um veículo estacionado na frente do condomínio, quando ouviu um disparo, seguido de outro disparo, e assim que entraram no apartamento, encontraram Ednayra sentada num colchão de solteiro, agonizando, com a arma na mão. Viu a marca de sangue escorrer da altura do peito e decidiu pedir ajuda para colocar a vítima no carro e levá-la ao Cosme e Silva. Ele disse que pegou a arma e a jogou na carroceria do carro.

Ele ressaltou que, quando chegou ao hospital, entregou a arma para um policial que estava de plantão fazendo a segurança da unidade. Disse que não tinha arma dentro de casa e alegou que não sabia como a jovem teria conseguido. Quanto aos cadernos, o homem destacou que um servia como agenda telefônica de sua companheira (vítima) e o outro era de seu cunhado, que conviveu com o casal durante um determinado período.

RESÍDUO – A delegada Suébia Cardoso explicou, numa das laudas do procedimento, que a análise do caso ficará sob responsabilidade da DGH, informando que não foi possível fazer o exame residuográfico para detectar fragmentos de chumbo ou pólvora, apesar de tentar conseguir o material necessário com a Polícia Federal, com o Departamento de Polícia Judiciária da Capital (DPJC) e peritos.

Conforme a delegada, as testemunhas apresentadas na delegacia foram ouvidas e as diligências realizadas. A perícia foi requisitada ao plantão da DGH. Depois que todas as oitivas foram concluídas, o homem foi liberado (J.B)

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