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Ex-comandante da PM vira investigado por 'críticas indevidas' a Denarium e Miramilton

Francisco Xavier negou ter cometido crime, disse que a liberdade de expressão está na Constituição e que buscou defender a honra da PM

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O coronel Francisco Xavier, o governador Antonio Denarium e o coronel Miramilton Goiano de Souza (Foto: Secom-RR)

O ex-comandante-geral da Polícia Militar (PMRR), coronel Francisco Xavier, passou a ser investigado por “críticas indevidas” contra o governador Antonio Denarium (Progressistas) e o ex-comandante-geral, coronel Miramilton Goiano de Souza.

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O inquérito militar foi instaurado em março pelo subcomandante-geral da corporação, coronel Izael Salazar, para apurar as circunstâncias do suposto “crime militar”. Ele baseia a investigação no Código de Ética dos Militares, que proíbe críticas de subordinados a superiores. A PM também abriu um procedimento administrativo.

O que diz o coronel

Xavier afirmou que a liberdade de expressão é garantida pela Constituição, que é maior que o código. Ele, então, afirmou que fez as críticas para defender a honra da instituição, algo que a própria norma interna exige.

“Não cometi crime, até porque eu não desrespeitei, em nenhum momento, o comandante e o governador. Não foi colocada ameaça ou risco à integridade física deles”, declarou ele, que será interrogado no dia 6 de maio.

Comandante-geral de 2020 a 2023, o coronel, entretanto, não foi o único ex-ocupante da função investigado pelo mesmo assunto. O coronel aposentado Edison Prola, por sua vez, responde a um inquérito militar por calúnia, injúria e difamação contra Denarium e Miramilton.

Entenda

No ano passado, Francisco Xavier escreveu um texto de sete parágrafos para reprovar a atitude do governador de manter o comandante-geral da PM, mesmo após o coronel virar investigado por suspostamente participar de um esquema de venda ilegal de armas e munições. Goiano nega essa acusação.

Na mensagem divulgada no grupo de WhatsApp da Associação dos Oficiais do Estado de Roraima (Assoer), o ex-comandante também criticou Denarium por não exonerar Miramilton Goiano após ele receber, sem licitação, mais de R$ 120 mil para ministrar um curso de tiro em Bonfim. Na época, o coronel esclareceu que o dinheiro custeou toda a capacitação.

Xavier se disse “decepcionado” com Denarium por permitir “uma das piores desonras em quase 50 anos de existência” da PMRR. Ademais, afirmou que o governador poderia ter “poupado” a corporação e a sociedade de ver a primeira operação contra um comandante-geral.

“Razões não faltaram para que o governador se antecipasse em exonerar o Coronel Miramilton pela absoluta falta de compatibilidade moral deste em permanecer no maior cargo da corporação […] Precisava submeter os 2.500 policiais militares a essa vergonha alheia, Denarium?”, diz trecho da mensagem.

À Folha, Xavier disse que suas críticas não apresentaram novidades, pois apenas relataram o que a imprensa noticiou. Assim, afirmou se sentir no dever de, como ex-comandante-geral, defender a corporação, considerando que colegas de farda temiam cobrar a exoneração de Goiano.

Além disso, Francisco Xavier disse estranhar que a PM demorou meses para abrir o inquérito e acusou Antonio Denarium, Miramilton Goiano e Izael Salazar de persegui-lo.

“Eu acho mesmo que há essa perseguição por parte do Comando-Geral e do governador”, disse o coronel, que ainda questionou o fato de a PMRR não ter aberto procedimento para apurar a conduta de Goiano após a operação da PF.

Até a publicação da reportagem, o Governo de Roraima não comentou o assunto.

Gestão polêmica

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O agora ex-comandante-geral da Polícia Militar, coronel Miramilton Goiano de Souza, em entrevista coletiva sobre a operação Verão Seguro (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

Como comandante-geral por dois anos e dois meses no cargo, Miramilton Goiano virou investigado por suspostamente participar de um esquema de venda ilegal de armas e munições e do Caso SurrãoEle, no entanto, negou as acusações.

Na gestão de Miramilton, chegou a cerca de 100 o número de policiais suspeitos de envolvimento em crimes, como formação de milícia, simulação de confrontos, homicídio e garimpo ilegal. Como resposta, ele firmou um acordo de cooperação técnica com o Ministério Público de Roraima (MPRR) para apurar conjuntamente as denúncias.

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