O estudante de medicina J.C.C., de 26 anos, acusado de pornografia infantil e foi preso preventivamente, nesta terça-feira, 1° de julho, pela Polícia Civil. O acusado havia sido preso em flagrante no dia 23 de maio, durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão.
A prisão é resultado do aprofundamento de investigações que começaram no início do ano, e deflagrada em maio, durante operação interestadual de combate ao abuso sexual infantil praticado em ambiente digital, denominada Caminhos Seguros.
“Na ocasião, agentes da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente e peritos do Instituto de Criminalística localizaram vídeos de pornografia infantil armazenados em seu celular e notebook. Apesar das evidências, ele foi liberado em audiência de custódia, sob medidas cautelares”, disse o delegado.
Contudo, ainda segundo Rezende, os trabalhos periciais realizados nos aparelhos eletrônicos apreendidos revelaram a gravidade da conduta: um número significativo de arquivos de conteúdo pedopornográfico foram identificados, demonstrando que J.C.C. mantinha envolvimento contínuo com o crime.
“A reiteração da conduta criminosa deixou claro que as medidas cautelares não seriam suficientes para interromper o ciclo de abuso. Representamos pela prisão preventiva como forma de proteger outras possíveis vítimas e assegurar a ordem pública”, afirmou o delegado Matheus Rezende.
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Ação conjunta Interestadual
A prisão de J.C.C. integra uma ampla operação deflagrada em 23 de maio deste ano, que mobilizou forças policiais em Boa Vista (RR), Manaus (AM), Frutal (MG) e São Paulo (SP), com foco na repressão a redes de exploração sexual infantil pela internet. Ao todo, quatro investigados foram identificados.
O principal alvo da operação, D.V.B.S., foi preso em São Paulo. Conforme apontam as investigações, ele utilizava redes sociais e aplicativos de relacionamento para atrair vítimas, geralmente adolescentes, com quem estabelecia uma falsa relação de confiança. Após obter imagens íntimas, passava a extorquir as vítimas com ameaças de exposição pública, exigindo dinheiro para manter sigilo.
“Tivemos um caso emblemático envolvendo uma vítima de 14 anos, que foi coagida a mentir aos pais. Sob pressão do criminoso, ela disse que precisava de dinheiro para comprar um livro virtual. Os pais desconfiaram porque o dinheiro era enviado, mas nunca havia o produto. A verdade veio à tona quando a menina teve coragem de contar e procurar ajuda”, relatou Matheus Rezende.
Além da extorsão, D.V.B.S. também invadia contas e dispositivos das vítimas, assumindo suas identidades digitais para enganar familiares e amigos, inclusive solicitando transferências bancárias.
Desdobramentos
Ao final da primeira fase da investigação, D.V.B.S. foi indiciado por estupro, armazenamento de pornografia infantil, extorsão, falsa identidade e invasão de dispositivo informático. J.C.C., por sua vez, foi indiciado pela prática reiterada de armazenamento de pornografia infantil.
Quanto aos outros dois alvos da operação, as investigações seguem em curso, com foco na análise de materiais apreendidos e no cruzamento de informações entre os estados envolvidos.
“É fundamental que os pais estejam alertas ao comportamento de seus filhos e qualquer suspeita ou indício seja comunicado. Nossos policiais estão atentos, mas é a sociedade que, muitas vezes, identifica os primeiros sinais. A denúncia é um passo essencial para salvar vidas e interromper esses ciclos de violência”, concluiu o delegado Matheus Rezende.
As investigações continuam sob sigilo, e os laudos periciais seguem sendo produzidos para dar robustez às provas que levarão os responsáveis à Justiça. O estudante após ter sua prisão formalizada, será apresentado na Audiência de Custódia nesta quarta-feira, dia 02.