OPERAÇÃO MATA LEÃO

Traficantes usavam aviões e carretas para enviar drogas de Roraima a outros estados

No total foram oito pessoas presas suspeitas de estarem envolvidas no esquema; cerca de três milhões em bens materiais foram apreendidos

Segundo a Polícia Civil, a operação iniciou em agosto de 2024 - Foto: Wenderson Cabral/Folha BV
Segundo a Polícia Civil, a operação iniciou em agosto de 2024 - Foto: Wenderson Cabral/Folha BV

A Operação Mata-Leão prendeu oito pessoas nessa terça-feira (29), suspeitas de estarem envolvidas em um esquema de tráfico de drogas em Boa Vista. Um deles, é um empresário, acusado de ser um dos líderes do esquema, que trazia entorpecentes para o estado por via aérea e encaminhava para outros estados por meio terrestre.

Na ação, cinco mandados de prisão foram cumpridos e três foram presos em flagrante. Além disso, bens materiais avaliados em cerca de três milhões de reais foram apreendidos, entre eles carros, caminhonetes e jóias.

Ao todo, a Justiça expediu 10 mandados de prisão preventiva e 18 mandados de busca e apreensão, cumpridos nos estados de Roraima (Boa Vista e Iracema), Bahia (Tucano, Cançãozão, Monte Santo e Salvador) e Amazonas (Manaus e Manacapuru).

A operação resultou ainda na apreensão de: quatro armas de fogo e diversas munições; diversos veículos de luxo, entre eles Toyota Hilux, SW4, Dodge Ram e Amarok; Uma lancha de alto padrão, compatível com movimentação de grandes quantias ilícitas; Joias e relógios, incluindo um avaliado em R$ 90 mil; Documentos e registros contábeis que comprovam a lavagem de capitais.

Sobre a Operação Mata-Leão

Segundo o delegado Julio Cesar Rocha, responsável pela DRE (Delegacia de Repreensão a Entorpecentes), a operação foi deflagrada em agosto de 2024 e investigou o modus operandi do esquema.

“Haviam dois principais líderes dessa operação de tráfico de drogas. Um deles era o proveniente da Bahia, que fazia o contato direto com criminosos da Colômbia e da Venezuela, e trazia essa droga para Roraima. Ele era o responsável por organizar toda a estrutura de encaminhamento dessa droga para outros estados”, disse o delegado sobre o líder da organização preso nessa terça-feira.

A droga viajava escondida nos compartimentos e na estrutura dos caminhões e das carretas, e enviada para os estados da Bahia e São Paulo. O outro líder do esquema foi preso também em operação, em junho deste ano, no bairro Equatorial, com 230 kg de drogas.

O diretor do Denarc, delegado Herbert Amorim, reforçou que combater o tráfico de forma efetiva exige atingir a estrutura patrimonial dos criminosos:

“Mais do que prender o traficante da ponta, é preciso dissolver a engrenagem que o sustenta: a logística, o financiamento, os bens de fachada, as empresas utilizadas para lavar dinheiro”, disse.

Herbert de Amorim Cardoso disse ainda que Polícia Civil de Roraima, com apoio das Polícias Civis da Bahia e do Amazonas, atuaram de forma integrada na operação desencadeada ontem, com o compromisso de um enfrentamento estratégico e qualificado do crime organizado. Ele destacou que a investigação prossegue com novas diligências em curso.

“Essa operação marca um divisor de águas no combate ao tráfico em Roraima. Com ela, desarticulamos não apenas a logística e a distribuição, mas principalmente o núcleo financeiro da organização”, concluiu o delegado Julio Cesar.

Drogra apreendida em junho deste ano (Foto: Divulgação)

Apreensões de drogas ao longo da Operação

Desde o começo da Operação, em agosto de 2024, a Polícia Civil informou que apreendeu 63 kg de Skunk (agosto/2024), 200 kg em Mato Grosso (dezembro/2024) e 230 kg em junho/2025 do mesmo entorpecente, que era o único distribuído pelo esquema.

Conforme o delegado, a operação seguirá investigando demais envolvidos no esquema.

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