A prisão foi efetuada pela Polinter (Foto: ASCOM/PCRR)
A prisão foi efetuada pela Polinter (Foto: ASCOM/PCRR)

Em ações distintas realizadas pela Delegacia de Polícia Interestadual (Polinter), foram cumpridos, em um intervalo de 72 horas, três mandados de prisão em desfavor de R.C.S., A.P.D.S., ambos de 31 anos, e V.R.S., de 41 anos. Os homens foram presos em Boa Vista, preventivamente, por descumprimento de MPU (Medida Protetiva de Urgência), todas relacionadas a casos de violência doméstica e familiar contra mulheres.

As prisões foram coordenadas pelo delegado titular da Polinter, Alexandre Matos, e pelo diretor interino do DOPES (Departamento de Operações Especiais), delegado Herbert de Amorim Cardoso, em cumprimento a determinações do 1º Juizado de Violência Doméstica e do Núcleo de Plantão Judicial e Audiências de Custódia do TJRR (Tribunal de Justiça de Roraima).

Primeiro caso

A primeira prisão cumprida pela Polinter foi em desfavor de V.R.S., no último dia 15, no bairro Senador Hélio Campos, por descumprimento reiterado de MPU. A vítima, de 35 anos, registrou Boletim de Ocorrência no dia 12 de novembro de 2024. Ela relatou que o acusado fazia ameaças constantes, dizendo que não a deixaria em paz e que, caso fosse preso, retornaria. Afirmava ainda que, se ela não ficasse com ele, não ficaria com mais ninguém.

Segundo o relato, ele a procurava quase todas as noites, batendo em portas e janelas, fazendo ligações frequentes e tentando contato com amigos dela. O homem já havia sido preso anteriormente pelo mesmo motivo e, após ser solto há alguns meses, voltou a procurá-la por meio de redes sociais e pessoalmente, inclusive após a mudança de endereço da vítima.

Consta ainda que, em momentos de ciúmes, ele dizia que mataria a mulher e qualquer pessoa que estivesse com ela. Também enviava mensagens afirmando ouvir vozes que o mandavam matá-la e que não sabia como reagiria. A vítima informou ainda que o acusado apresentava episódios de agressividade, fazia uso de drogas e desrespeitava sistematicamente as medidas judiciais, inclusive tentando contato com a filha menor dela.

Com a quebra reiterada da MPU, o Poder Judiciário converteu a medida em prisão preventiva. O mandado foi cumprido pela Polinter.

Segundo caso

No dia 16, foi preso o segundo acusado de violência doméstica, A.P.D.S., no bairro Caranã. Ele também teve a prisão preventiva decretada após descumprir uma MPU concedida à ex-companheira, de 34 anos, com quem viveu maritalmente por três anos. Ela procurou a Polícia no dia 20 de maio deste ano e relatou que caminhava ao lado do pai, quando foi abordada pelo ex-companheiro, que lhe fez diversas ameaças.

Segundo depoimento prestado à polícia, o relacionamento sempre foi conturbado devido ao uso de drogas pelo acusado. A mulher afirmou que, por ser constantemente ameaçada, decidiu se separar dele. Apesar disso, o homem continuou a persegui-la e a ameaçá-la, dizendo que “enquanto ela tiver vida, tem que ficar com ele”.

Diante das ameaças, a vítima requereu a MPU contra A.P.D.S., que foi descumprida, resultando na decretação da prisão preventiva. Com o mandado expedido, a Polinter localizou e prendeu o acusado.

Terceiro caso

A terceira prisão foi de R.C.S.. Ele foi localizado no conjunto Cidadão, no dia 17. O homem teve a prisão preventiva decretada após descumprir uma MPU solicitada pela própria mãe, de 57 anos e a irmã, de 22 anos. No dia 5 de outubro deste ano, a PMRR (Polícia Militar de Roraima) foi acionada via CICC (Centro Integrado de Comando e Controle) para verificar uma ocorrência de possível lesão corporal. O caso foi registrado em uma residência onde, segundo testemunhas, um homem teria ameaçado e agredido membros da própria família.

De acordo com informações da polícia, a mãe do acusado relatou que seu filho, R. C. S., chegou à residência visivelmente embriagado e, aparentemente, sob efeito de drogas. Ele teria iniciado uma série de ameaças contra os familiares utilizando uma faca.

A irmã do acusado estava em frente à casa quando R.C.S. ameaçou invadir seu quarto para furtar seus pertences. Diante da reação da irmã, que não respondeu às ameaças, ele a teria agredido puxando seu braço com força. A vítima, que possui um problema no membro, apresentou inchaço e relatou dor intensa após o ataque.

Na ocasião, tanto a mãe quanto a irmã afirmaram estar exaustas com o comportamento agressivo dele e solicitaram a MPU. Ainda segundo os familiares, o homem é integrante de uma facção criminosa e havia saído recentemente do sistema prisional. Elas também informaram que o acusado ameaçou matar todos os moradores da casa.

Diante dos fatos, o MPRR (Ministério Público de Roraima) se manifestou pela prisão preventiva do acusado, que foi deferida pelo Poder Judiciário e cumprida pela Polinter.

Os três acusados foram conduzidos até a sede da Polinter para formalização das prisões e apresentados em audiência de custódia. Posteriormente, foram encaminhados ao sistema prisional.