Polícia

Dois são presos em operação que investiga morte de corretor de imóveis

Outros 13 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Boa Vista e em Rorainópolis. Zirley Cléber Barros, de 47 anos, foi morto no dia 30 de janeiro, no Mecejana.

Duas pessoas foram presas durante a “Operação Terra de Ninguém” deflagrada nesta segunda-feira (20), que investiga envolvidos no assassinato do empresário e corretor de imóveis Zirley Cléber Barros, 47 anos, morto em 30 de janeiro, no bairro Mecejana.

As prisões ocorreram no bairro Trinta e Um de Março, contra o funcionário de uma locadora, M. V. B. S. S. de 34 anos e no KM 100, contra J. S. M., de 35 anos. Também foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão, sendo dez em Boa Vista e três no município de Rorainópolis.

Zirley morreu após receber quatro tiros enquanto caminhava entre a rua Alalau, esquina com a rua Sindeuax Barbosa. Os tiros atingiram o braço, abdômen e o tórax da vítima.


Zirley foi morto em via pública – Foto: Divulgação

Conforme o delegado Marcos Lázaro, diretor do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), o crime pode ter sido orquestrado, isolada ou conjuntamente, por empresários envolvidos no esquema de negociação ilícita de terras públicas “esquentadas” mediante a prática de fraude documental em processos de regularização fundiária, nos estados de Roraima e Amazonas.

Em apenas um ano, os envolvidos teriam movimentado milhões de reais entre os estados de Roraima e do Paraná.

Durante a Operação, foram apreendidos diversos documentos relacionados a transações imobiliárias, regularização fundiária, telefones celulares, terminais móveis de pagamento, mídias removíveis, equipamentos de informática, uma pistola calibre 9mm Luger e um revólver calibre .38 SPL.

Ainda de acordo com a Polícia Civil, nenhuma linha de investigação foi descartada após o crime, o que permitiu identificar os dois homens que teriam fornecido o veículo utilizado no crime, e os responsáveis pela execução.

Após o encaminhamento dos bens apreendidos para processamento junto à perícia criminal e a análise dos diversos documentos apreendidos, outros envolvidos nos crimes podem ser identificados e novas prisões podem ocorrer, informou a Polícia Civil. Confira abaixo o vídeo da operação.

A operação foi coordenada pelo Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) e foi supervisionada administrativa e operacionalmente pela Delegacia Geral de Homicídios (DGH). 

Estiveram envolvidos 82 policiais entre delegados, agentes e escrivães de Polícia. A operação integrou policiais subordinados ao DHPP, Departamento de Operações Especiais (DOPES ), Departamento de Polícia Judiciária da Capital (DPJC), Departamento de Narcóticos (Denarc), Departamento de Polícia Especializada (DPE) e Departamento de Polícia Judiciária do Interior (DPJI).

TERRA DE NINGUÉM – O nome usado para a operação, Terra de Ninguém, remete a um termo empregado para designar um território não ocupado ou, mais especificamente, um território sob disputa entre partes que não o ocuparam por medo ou incerteza. O termo é uma derivação da expressão da língua inglesa “no man’s land” criada durante a Primeira Guerra Mundial, podendo também se referir a local onde não há ordem ou regras.