ELEIÇÕES 2024

Deputada e presidente da CBF são alvos de operação da PF contra compra de votos

Ação é um desdobramento de prisão e apreensão em flagrante de R$ 500 mil que seriam usados para a compra de votos em 2024

Operação Bellum Aurum, da Polícia Federal, busca desarticular o grupo envolvido na venda ilegal de armas de fogo e munições no Estado
Operação Bellum Aurum, da Polícia Federal, busca desarticular o grupo envolvido na venda ilegal de armas de fogo e munições no Estado (Foto: PF)

A Polícia Federal (PF) cumpre, nesta quarta-feira (30), dez mandados de busca e apreensão contra crimes eleitorais ocorridos em 2024, sendo nove em Roraima e um na sede da CBF, no Rio de Janeiro.

Entre os alvos da Operação Caixa Preta, estão:

  • Helena Lima (MDB-RR), deputada federal;
  • Renildo Evangelista, empresário e esposo da parlamentar;
  • Samir Xaud, presidente da CBF; e
  • Igo Brasil, superintendente estadual do DNIT-RR (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes).

A Justiça Eleitoral também autorizou o bloqueio de mais de R$ 10 milhões das contas dos investigados.

Preliminarmente, a Folha BV apurou que a ação é um desdobramento da prisão e apreensão em flagrante do esposo da parlamentar com R$ 500 mil que supostamente seriam usados para comprar votos para candidatos aliados nas últimas eleições municipais em Roraima.

A CBF se pronunciou ao informar que Samir Xaud não é o objeto central das investigações, que a apuração não mira a entidade ou o futebol brasileiro, e que o mandatário está à disposição das autoridades para esclarecimentos (leia a nota ao final da reportagem).

A deputada Helena Lima se disse surpresa com a operação e que “jamais foi notificada a prestar esclarecimentos às autoridades competentes”. “Causa perplexidade a adoção de medidas tão gravosas sem que tenha havido a apresentação de fatos concretos que as justifiquem”, declarou em nota (leia a íntegra ao final da reportagem).

A defesa do Grupo Asatur, comandado por Renildo Evangelista, disse que a operação se baseou em “relatório policial permeado de conjecturas e informações inverídicas, em visível abuso do poder de investigação”. Ademais, prometeu esclarecer informações sobre o caso no próprio inquérito na instrução processual (leia a nota completa ao final da reportagem).

A Folha BV não conseguiu contato com Igo Brasil.

Nota da CBF

“A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) informa que recebeu agentes da Polícia Federal em sua sede entre 6h24 e 6h52 desta quarta-feira, num desdobramento de investigação determinada pela Justiça Eleitoral de Roraima.

É importante ressaltar que a operação não tem qualquer relação com a CBF ou futebol brasileiro e que o presidente da entidade, Samir Xaud, não é o centro das apurações.

A CBF esclarece que, até o momento, não recebeu nenhuma informação oficial sobre o objeto da investigação. Nenhum equipamento ou material foi levado pelos agentes. O Presidente Samir Xaud permanece tranquilo e à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos que se façam necessários.”

Nota da deputada Helena Lima

“A deputada federal Helena Lima vem, por meio desta, manifestar-se diante das recentes notícias envolvendo a Operação Caixa Preta, deflagrada nesta data pelas autoridades competentes.

A parlamentar informa que foi surpreendida com a notícia e esclarece que jamais foi notificada a prestar esclarecimentos às autoridades competentes. Causa perplexidade a adoção de medidas tão gravosas sem que tenha havido a apresentação de fatos concretos que as justifiquem.

Como cidadã e representante eleita democraticamente, a deputada respeita e defende o trabalho das instituições, reafirmando seu compromisso com a transparência, a ética pública e o devido processo legal.

Por fim, a deputada seguirá concentrada em seu trabalho legislativo e na defesa dos interesses da população de Roraima, com a serenidade e a responsabilidade que sempre pautaram sua atuação pública.”

Nota do Grupo Asatur

“A defesa esclarece que as medidas de busca e apreensão, deferidas pelo juízo eleitoral e cumpridas na manhã desta quarta-feira, foram baseadas em relatório policial permeado de conjecturas e informações inverídicas, em visível abuso do poder de investigação.

Tais informações serão devidamente esclarecidas e refutadas no próprio inquérito na instrução processual.

O grupo Asatur também informa que está adotando todas as medidas judiciais necessárias para afastar as medidas cautelares arbitrariamente deferidas.

A ação foi recebida com total colaboração por parte da equipe, que prestou as informações e garantiu acesso a todos os documentos solicitados.

Ressaltamos que a empresa, enquanto pessoa jurídica, não é alvo direto da operação.
A Asatur reforça seu compromisso com a legalidade, a transparência e o respeito às instituições públicas, e coloca-se inteiramente à disposição das autoridades para esclarecer todos os pontos que se fizerem necessários.

Por fim, reafirmamos que as atividades da empresa seguem normalmente, com responsabilidade e respeito aos seus clientes, parceiros e colaboradores.”

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