A Polícia Civil de Roraima, por meio da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, cumpriu nas primeiras horas desta segunda-feira, dia 21, o mandado de prisão preventiva contra o cuidador de um abrigo estadual, F.S.S., de 45 anos, investigado pelos crimes de estupro qualificado, favorecimento à prostituição e assédio sexual contra adolescentes acolhidos na instituição.
De acordo com informações prestadas pelo delegado adjunto da DPCA, Matheus Rezende, a investigação foi iniciada a partir da denúncia feita pela própria Coordenação do abrigo estadual, que procurou imediatamente a Polícia Civil no dia 13 de julho de 2025, após os adolescentes relatarem os abusos sofridos.
Segundo o delegado, a pronta atuação da instituição de acolhimento foi essencial para que os fatos chegassem ao conhecimento e as medidas fossem tomadas com urgência. Os depoimentos colhidos pelas vítimas, segundo o delegado, revelam uma conduta reiterada por parte do suspeito, que se aproveitava da situação de hiper vulnerabilidade dos adolescentes acolhidos para cometer os crimes.
“Trata-se de um caso extremamente grave. O investigado ocupava uma função de confiança dentro da unidade e usava sua posição para se aproximar das vítimas. Relatos apontam que ele oferecia dinheiro, objetos e outras vantagens em troca de atos sexuais. Diante dos elementos obtidos durante as diligências, representamos pela prisão preventiva dele, como forma de garantir a ordem pública e resguardar a integridade física e psicológica das vítimas”, afirmou o delegado.
Entre as vítimas foram identificadas quatro adolescentes, do sexo masculino, de 13, 14, 15 e 16 anos. Um deles relatou ter sido submetido a diversos abusos sexuais, mediante o oferecimento de dinheiro e bens. Outros dois adolescentes relataram assédio por meio de toques indevidos e insinuações sexuais. Um quarto jovem informou ter sido alvo de “piadas de conotação sexual” feitas pelo cuidador dentro da instituição.
“Em um dos casos, o suspeito teria entregado a quantia de R$ 125,00 a uma das vítimas para que ela não relatasse os fatos ao coordenador do abrigo”, disse o delegado.
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Ainda segundo o delegado Matheus Rezende, diante de todos os relatos e provas levantadas contra o acusado, representou na Justiça por seu mandado de prisão, que foi deferida.
O investigado foi preso no bairro Jardim Caranã, na zona Oeste de Boa Vista. O homem foi conduzido à sede da Delegacia, onde teve o mandado de prisão formalizado e foi interrogado. Ao delegado, durante seu interrogatório, o homem negou todas as acusações. Ele foi encaminhado ainda pela manhã para a Audiência de Custódia.
Para o delegado, é de extrema importância que a denúncia sobre crimes de violência sexual envolvendo crianças e adolescentes, mesmo que anônima, seja efetuada, de forma que a Polícia Civil possa combater esse tipo de crime.
“A denúncia é o primeiro passo para que possamos agir de forma rápida e firme, adotando providências tais como representar pelas medidas cautelares, evitando que crimes tão graves continuem sendo praticados. Casos como esse deixam marcas profundas e sequelas emocionais nas vítimas, por isso, cada denúncia pode salvar uma vida e prevenir novos abusos. Desta forma, é fundamental que a sociedade e, especialmente, as instituições de acolhimento procurem imediatamente a Polícia Civil ao tomarem conhecimento de situações como essa”, reforçou o delegado Matheus Rezende.
