TRAGÉDIA NA AV. VILLE ROY

Começa velório de fisiculturista morta em acidente; pai diz se tem raiva de motorista

"Deixou o filho órfão e uma mãe deficiente sem ter ajuda de ninguém mais", comentou o servidor público Francisco Gomes da Silva

Começa velório de fisiculturista morta em acidente; pai diz se tem raiva de motorista

Dezenas de familiares e amigos de Ariane Real da Silva, 31, começaram na noite deste sábado (28), no bairro Bela Vista, zona Oeste de Boa Vista, a velar o corpo da fisiculturista morta no acidente ocorrido na na avenida Ville Roy.

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Em entrevista à Folha, o pai da jovem, o servidor público Francisco Gomes da Silva, 65, revelou se guarda raiva do motorista do Chevrolet Camaro, Fernando Takao Marisihiqui Filho, 23, envolvido na colisão que matou a filha.

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“Não tenho raiva, sabe por quê? Eu espero pela Justiça dos homens e de Deus, porque os homens e Deus sabem fazer a Justiça. Porque não adianta eu ter raiva, que eu não vou resolver nada. Não vou matar, não vou mandar prender, não, isso não vai resolver nada”, afirmou.

“O que interessa é que a Justiça seja feita. Uma pessoa [Ariane] que tinha vontade e viver, que deixou o filho órfão e uma mãe deficiente sem ter ajuda de ninguém mais”, emendou ele, que não soube detalhar a deficiência da própria esposa.

A fisiculturista será sepultada na tarde de segunda-feira (30), no Cemitério Campo da Saudade, no bairro Centenário, na zona Oeste da capital. A despedida de familiares durará dois dias para dar tempo de o irmão dela, o microempresário Alison Real da Silva, 29, chegar do Pará e acompanhar o enterro.

Vítimas eram como “irmãs”

Layse Sampaio da Conceição e Ariane Real da Silva postaram esta foto nas redes sociais antes do acidente (Foto: Reprodução)

Francisco Gomes detalhou que a filha e a amiga Layse Sampaio da Conceição, 28, que conduzia o Chevrolet Celta atingido pelo Camaro, eram como irmãs. “Foram criadas juntas, eram muito irmãs, muito responsáveis, tinham boas cabeças. Não andavam de forma errada. Elas estavam se divertindo”, disse.

O servidor público contou que a Ariane não saía para se divertir com frequência, especialmente desde a época em que deu à luz ao único filho – hoje com um ano e três meses.

A criança, que estava com a tia e a avó no momento do acidente que tirou a vida de Ariane, é fruto da relação da fisiculturista com um militar do Exército Brasileiro, que vive em São Gabriel da Cachoeira (AM) e ajuda à distância na criação do filho. Eles se conheceram na cidade do interior amazonense, onde morou por um tempo e trabalhou em uma academia, devido à sua paixão pelo fisiculturismo.