Polícia

Comandante da PM alvo da PF tem pedidos negados para anular inquérito sobre venda de armas

Miramilton Goiano entende que investigação é conduzida por esfera judicial incompetente para julgar autoridades com foro privilegiado como ele

Comandante da PM alvo da PF tem pedidos negados para anular inquérito sobre venda de armas Comandante da PM alvo da PF tem pedidos negados para anular inquérito sobre venda de armas Comandante da PM alvo da PF tem pedidos negados para anular inquérito sobre venda de armas Comandante da PM alvo da PF tem pedidos negados para anular inquérito sobre venda de armas
O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Miramilton Goiano de Souza (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)
O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Miramilton Goiano de Souza (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

O desembargador estadual Leonardo Cupello indeferiu dois pedidos do comandante-geral da Polícia Militar (PM), coronel Miramilton Goiano de Souza, para suspender e até anular o inquérito da Polícia Federal (PF) que o investiga por suposto elo com um esquema de venda ilegal de armas de fogo e munições em Roraima.

Na primeira solicitação de habeas corpus, Souza considera “ilegal” a decisão da 1ª Vara Criminal de Boa Vista que autorizou busca e apreensão em seus endereços e de outros seis investigados, por entender que essa esfera é incompetente para autorizar investigação contra ele, já que o coronel tem foro privilegiado desde 2019, quando era secretário-adjunto da Casa Militar.

Com isso, Miramilton Goiano, por meio de sua defesa, pediu que o inquérito fosse remetido ao Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR) e encaminhado com vistas ao procurador-geral de Justiça, Fábio Stica. Por fim, ele solicitou a suspensão do inquérito até o julgamento definitivo do pedido, e depois a anulação da investigação, bem como a devolução de seus bens apreendidos.

Por sua vez, Cupello rejeitou o pedido ao considerar que o pedido de busca e apreensão foi solicitado em 4 de setembro de 2024, quando o comandante-geral ocupava o cargo, e que os fatos que ensejaram a investigação teriam ocorrido entre 2017 e 2020, quando o coronel não tinha foro privilegiado.

Em novo pedido de habeas corpus, a defesa de Miramilton Goiano pediu para o TJRR reconsiderar a decisão por entender que, apesar da suspeita inicial do envolvimento do coronel com o esquema em agosto de 2017, foi um ato ocorrido em novembro de 2023 – quando ele já era comandante-geral – que foi determinante para a decretação da busca e apreensão.

Mas Leonardo Cupello negou a solicitação, ao frisar que o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) é de que “o foro por prerrogativa de função aplica-se somente aos crimes praticados no exercício e em razão do cargo”.

Miramilton Goiano já negou “veementemente” relação com os crimes investigados e que “sempre pautou sua atuação profissional pelo mais estrito cumprimento da lei”.

À Folha, a defesa do coronel informou que “está tomando as devidas providências contra os abusos cometidos junto à Suprema Corte”.

Perfil Lucas Luckezie
Lucas Luckezie

Jornalista

Formado pela UFRR. Iniciou a carreira em 2013 na Folha, onde está em sua 2ª passagem. Já trabalhou na Câmara de Boa Vista e na afiliada da TV Globo (Rede Amazônica), além de ter colaborado com SporTV, Globo e CNN Brasil. Tem experiência multimídia como repórter, apresentador, editor-chefe e assessor.

Formado pela UFRR. Iniciou a carreira em 2013 na Folha, onde está em sua 2ª passagem. Já trabalhou na Câmara de Boa Vista e na afiliada da TV Globo (Rede Amazônica), além de ter colaborado com SporTV, Globo e CNN Brasil. Tem experiência multimídia como repórter, apresentador, editor-chefe e assessor.

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