Polícia

Candidato é detido e denuncia agressão no Posto do Jundiá

O candidato a deputado estadual, foi imobilizado, algemado e denuncia que apanhou dos policiais que fazem plantão no posto do Jundiá

O caminhoneiro Edmilson Boka, candidato ao cargo de deputado federal pelo PTB foi detido neste sábado (24) ao tentar fazer um protesto ao passar pelo posto do Jundiá, na fronteira com o Amazonas.

Edmilson conta que manifestou seu interesse na defesa dos caminhoneiros e informou que iria passar pela barreira para participar de uma reunião com a categoria que reclamava do tratamento que recebia no posto de passagem quando teria sido agredido pelos militares que estavam no plantão.

O candidato do PTB foi imobilizado, algemado e levado para a delegacia. Ele pedia por socorro e questionava por que estava sendo preso, apesar da proibição da prisão em período eleitoral.

“Um soldado me agrediu e mais três ajudaram, sem nem  explicar quais crimes cometi, sendo um candidato a deputado Federal fui preso, dormi numa cela sem nenhuma estrutura, mesmo eu informando que tinha nível superior.  Uma guarnição completamente despreparada e desqualificada para estar no local que está. Outra situação, agrediram minha esposa, tomaram o celular dela e machucaram o braço dela” contou o candidato.  

Edmilson Boka explicou que avisou aos policiais que era candidato e que a prisão era ilegal mas diz que não foi ouvido.

“Porque uma polícia sem preparo é pior do que não ter polícia.  Infelizmente hoje foi comigo, candidato a Deputado Federal, sendo que a lei e bem clara que não poderia mais ser preso. Tudo isso porque informei que iria ter uma reunião para tratar da questão do trânsito de carretas próximo ao porto de Manaus e que eu tinha uma autorização para entrar a reserva. Me pediram a autorização em papel e eu fui mostrar no celular, o guerreiro bateu na minha mão e já veio aplicando golpes contra mim. Fui ao chão e as agressões só aumentaram. Estou ferido por dentro fisicamente devido minha cirurgia que foi afetada” disse.

Edmilson conta que lhe imputaram crimes que não teria cometido.

“Me prenderam irregularmente, tentaram me incriminar de várias formas, imputando crimes que não cometi, frases que não pronunciei. Sequer fui informado sobre o motivo da minha prisão e quais crimes cometi. Não leram o que haviam escrito. Uma Comandante de guarnição sem voz ativa, os “comandados” simplesmente fizeram o que quiseram e nada fez para combater a agressividade dos mesmos. É isso que eu combato, e fui vítima do despreparo de uma pessoa desqualificada para exercer a função. Imagina o que passa os colegas na estrada. Ninguém vai nos calar. É pelo caminhoneiro,  essa agressividade por parte de um policial despreparado, eu vivi na pele os colegas sofrem todos os dias, eu sei o que é agressividade e despreparo”. 

Outro Lado

A reportagem da Folha questionou a Polícia Militar de Roraima que informou que mesmo após os policiais informaram que no mencionado horário a barreira já estava fechada, inclusive os indígenas Waimiri Atroari já haviam levantado a corrente de controle do tráfego da reserva, o condutor passou a gritar com os policiais de serviço afirmando ter autorização para passar a qualquer hora na reserva indígena, o que foi negado pela administração da reserva.

A PM informou ainda que Edmilson se identificou como policial militar do Estado do Amazonas, mesmo sem apresentar documento e que desacatou os policiais recebendo voz de prisão. A esposa dele foi detida por desacato, conforme o Artigo 331 do CPB (Código Penal Brasileiro; já o senhor Edmilson Aguiar foi detido por desacato, desobediência (Artigo 330 do CPB) e falsa identidade (Artigo 307 do CPB). Ambos foram conduzidos à Delegacia de Polícia Civil de Rorainópolis.